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11 de Agosto de 2022
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Apagão de mão de obra para tecnologia será desafio para próximo presidente
Setor não tem profissionais preparados para ocupar vagas, ao mesmo tempo em que país lida com alto desemprego



Ao mesmo tempo em que amealha cerca de 11 milhões de desempregados, o Brasil tem escassez de mão de obra no setor de tecnologia da informação e comunicação. O número de profissionais com a formação ou as habilidades técnicas demandadas não é suficiente para preencher as vagas e, principalmente, colaborar para o crescimento desse mercado no país. Enfrentar essa situação deve ser um desafio para o próximo governo.

Integrantes do setor se reuniram para encaminhar às candidaturas à Presidência da República propostas e demandas para o desenvolvimento tecnológico, pela Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes). As propostas foram apresentadas em evento do grupo em parceria com a Casa JOTA, nesta quarta-feira (10/8), em que foram ouvidas as propostas de três dos principais candidatos.

Entre as preocupações do setor, que dependeriam de esforços federais nos próximos anos, estão: inclusão digital, qualidade das conexões, avanço do 5G, segurança jurídica em temas setoriais, digitalização do governo, abertura de dados, implementação de um sistema de identidade digital único e engajamento do cidadão.

Os representantes das campanhas de Ciro Gomes (PDT), Lula (PT) e Simone Tebet (MDB) - a de Jair Bolsonaro (PL) não enviou porta-voz - concordam que o atraso do Brasil nesse mercado se deve, principalmente, a problemas na educação, que têm deficiências na formação adequada em disciplinas de exatas.

"O primeiro passo é a reformulação da educação, desde o início, da alfabetização e da matemática. O modelo do Ceará é o que queremos implementar para que, em 15 anos, o Brasil esteja entre os 15 mais educados do mundo", disse Antonio Neto sobre a proposta de governo de Ciro.

Segundo ele, uma das estratégias, desenvolvidas no Ceará, é que os alunos do ensino médio façam cursos de ciências da computação, robótica e outros relacionados para, em seguida, participar de estágios nas empresas sob contratação do estado - o esperado é que, após o período, eles se tornem opção prioritária de contratação para as companhias.

"Podemos formar imediatamente muita mão de obra e a custo baixo, como já vi ser feito em outros países, com treinamento. É possível recrutar uma enorme massa de pessoas formadas no ensino superior que não têm tido condições de emprego e direcionar para essas áreas, por exemplo", disse Neto.

Para Susana Kakuta, especialista em inovação representando a candidata Simone Tebet (MDB), atrair os jovens para essas áreas pode ser difícil. Ela cita uma pesquisa da campanha, feita com uma centena deles e maioria estudantes de escolas públicas, para entender sobre como eles se sentiriam em ingressar nesse mercado.

"A maioria dos jovens declarou que não iam para as áreas de exatas no vestibular, porque não sentiam que tinham a formação adequada. Temos que passar por um esforço tremendo para melhorar a qualidade do ensino no Brasil. Desperdiçamos emprego de alto valor agregado, com maior remuneração do que nos setores tradicionais da economia", disse.

A campanha de Lula diz entender o esforço sobre o setor de tecnologia como uma forma de combater desigualdades sociais. "Há 20 milhões de pessoas em miséria absoluta nesse momento no Brasil. Um dos eixos do nosso plano de governo é a inclusão digital, que pode contribuir para combater essa situação", disse Nelson Fujimoto, coordenador projetos sobre tecnologia da informação na Fundação Perseu Abramo, porta-voz da candidatura.

"Essa inclusão significa melhorar o acesso a terminais, pois o computador gera mais oportunidades de trabalho; e também o letramento digital, com capacitação da população para que ela use as inovações, como o 5G", complementou.

Para as candidaturas, avançar na área, tornando o Brasil relevante desenvolvedor de inovação e produtor de bens de alto valor agregado, dependeria do aumento dos investimentos públicos e privados em ciência e tecnologia. Neto disse que o plano de governo de Ciro prevê, como estratégia desenvolvimentista, dobrar os recursos para a área, que passaria a ser de 2% do PIB - em países desenvolvidos, é comum que esse número esteja em torno de 4%.

A campanha de Lula fala em recuperar os orçamentos das agências de fomento, além de "investir empresas de base tecnológica e atrair as que estão lá fora, para que elas venham investir aqui", segundo Fujimoto.

Já Tebet teria o objetivo de "descontingenciar totalmente os recursos do FNDTC [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e repasse integral para ciência e tecnologia". Nos últimos anos, o Fundo chegou a ter 90% de seus recursos bloqueados, como foi o caso em 2020.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, os repasses para o Ministério de Ciência e Tecnologia também sofreram cortes, o que foi alvo de críticas dos representantes - segundo eles, caso seus candidatos vençam, essa realidade irá mudar.

Via Jota


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