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28 de Janeiro de 2020
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Funcionários da Dataprev de São Paulo decidem pela greve
Após denúncias de assédio moral e demissões na empresa, trabalhadores decidem parar a partir da próxima quinta-feira (30)



Funcionários da Dataprev aprovaram nessa segunda-feira (27), em Assembleia Geral Extraordinária conduzida pelo Sindpd, a adesão à greve nacional por tempo indeterminado. A paralização acontece com o intuito de negociar a suspensão de demissões e o desmonte da estatal.

Por ampla decisão dos trabalhadores presentes foi aprovada deflagração da greve a partir do dia 30 de janeiro, quinta-feira. Além da adesão à greve, foi uma oportunidade para esclarecer sobre o atual quadro diante da possível privatização da estatal.

Na assembleia, foram escolhidos funcionários para uma comissão de representação da categoria dentro da empresa e por fim, a manutenção de uma assembleia em caráter permanente, aprovado por unanimidade.

Para Alberto Nunes, OLT (Organizador Local de Trabalho) da Dataprev, a assembleia foi positiva e acredita que esse posicionamento vindo de São Paulo é de importância fundamental, por seu peso político e por ser uma das unidades onde tem todos os Data Centers, que fazem o trabalho de processamento de dados previdenciários e do seguro desemprego. "Conseguimos aprovar essa greve hoje e sairemos vitoriosos, a presidente (Christiane Edington), que está aqui, ouviu o recado. A greve faz com que haja uma negociação na justiça, e só após isso sairemos da greve" enfatizou Nunes.





Críticas a direção da Dataprev e ao secretário especial de desestatização, Salim Mattar, foram destaques da assembleia

Os funcionários aproveitaram o momento para colocar sua posição contrária aos cortes e precarização da empresa. Os representantes da direção da Dataprev foram alvo de criticados pelos trabalhadores que ressaltaram o fechamento das 20 menores unidades da estatal pelo país, promovendo assim demissões e cortes em salários e equipes. Num claro processo de enxugamento da empresa para atrair compradores.

Para Rodolfo Machado, funcionário da empresa, é importante denunciar o descaso da direção da Dataprev em relação a falas feitas pelo Secretário de desestatização, Salim Mattar. "Onde está a resposta da direção quando ele (Salim) disse que os funcionários estão vendendo dados? Não vamos nos iludir nessas intervenções da empresa, a postura deles está ligada ao interesse da privatização, e quando acontecer, não sobrará nada para ninguém", disse o trabalhador.

O OLT Silvio Santos, presente na assembleia, afirmou que o desmonte é uma atitude lamentável, por objetivamente enfraquecer os serviços oferecidos pela estatal para atender a sociedade.

"A declaração do Salim foi equivocada e a empresa deveria abrir um processo administrativo para fazer um levantamento e punir se alguém tiver cometendo irregularidades, caso haja alguém envolvido. Foi horrível responsabilizar toda a categoria", comentou o OLT

E-mail endereçado a presidente da Dataprev, Christiane Edington, viraliza na rede

Está circulando pelas redes uma resposta, de autoria anônima, de um trabalhador da empresa expressando o repúdio de todos os trabalhadores da Dataprev em relação aos recentes acontecimentos.

Durante a assembleia o documento foi lido por Rodolfo Machado e pode ser lida na íntegra abaixo.

Prezada Presidente,

Tendo em vista que se deu ao trabalho de enviar um e-mail, tão carinhoso, tão consternada, após a deflagração da greve praticamente nacional, será que a Presidente também se daria ao trabalho de esclarecer alguns pontos que interessam aos prezados empregados que sejam elucidados?

Poderia nos dizer se há algum estudo e planejamento em curso, quanto a retirada dos nossos benefícios da ACT, tal qual fez a casa da Moeda? A presidente pode garantir que todos serão mantidos?

Será que também poderia explicar, que se o desligamento de quase 500 empregados e fechamento das regionais, foi tão bem estudado e planejado, por que só foi disponibilizado 12 dias para que os prezados empregados resolvessem se queriam aderir ao PAQ ou não, ou ainda, poder ter se preparado para o desligamento?

Poderia ainda explicar porque até hoje, a empresa Dataprev e sua diretoria, não se posicionou publicamente e tomando as medidas judiciais cabíveis, quanto as calúnias proferidas pelo Secretário Salim Mattar?

Poderia dar garantia de emprego, a todos os empregados que ainda sobrevivem na empresa, por pelo menos um período de 5 anos?

Poderia explicar o porquê do Salim Mattar ter parabenizado a Dataprev pelo fechamento das regionais e suas demissões, citando ainda que este era o caminho certo para privatização, mesmo a Presidente garantindo que essa ação nada tem haver com o processo de privatização?

Poderia explicar por que a empresa está ignorando o direito constitucional de greve dos trabalhadores nas regionais, enviando telegramas para que voltem a seus postos, e justifiquem suas ausências?

Poderia explicar o porquê da Dataprev não ter chamado a Federação para conversar sobre essas demissões,uma vez que foi tão estudada e planejada, mesmo sendo um direito previsto na ACT e na lei?

Poderia explicar por que o fechamento das regionais é imprescindível para garantir a "sustentabilidade e competitividade da empresa", todavia a saída dos extra-quadros, com gasto apenas salarial estimado em mais de 700 mil por mês- sem incluir os valores de benefícios e GVR/PLR e reembolso - não é necessária?

Poderia nos esclarecer o que nossos colegas demitidos, que dependem do seu contra-cheque, para sustentar a família, devem fazer. Sendo que 67% deles tem entre 50 e 60 anos, e dificilmente conseguirão uma recolocação no mercado?

Poderia explicar por que a Diretoria não desmente em público e pede direito de resposta, pelas matérias que mancham a imagem da empresa, publicadas nas grandes mídias?

São tantas explicações que poderiam ter sido dadas naquele e-mail, tão carinhoso e preocupado com seu "ativo mais precioso".

E por que exatamente agora, no momento que deflagramos uma greve quase nacional, deveríamos ainda acreditar em tudo que é dito pela empresa, uma vez que desde que se iniciou o processo de privatização, a presidente vem tentando amenizar a situação, mas tudo que vem acontecendo até agora não tem sido nem um pouco ameno?
(Autor anônimo)







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