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14 de Outubro de 2016
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Para Seprosp, regulamentação pode impedir crescimento do setor
De acordo com Luigi Nese, a normatização não é necessária porque configuraria um "retrocesso" à liberdade da categoria



Indo no sentido oposto de especialistas que apresentaram os benefícios da regulamentação da profissão de tecnologia da informação em dois dias de Seminário de Pauta do Sindpd, o presidente do Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo, Luigi Nese, confirmou seu posicionamento contrário à normatização da categoria.

"Por isso vim aqui hoje, com muita tranquilidade, me colocar contrário à regulamentação que o Neto apoia. São trinta anos que estamos segurando essa medida. Se fosse há trinta anos, provavelmente estaríamos regulamentando fitotecários", justificou o palestrante, se referindo à função responsável pela organização de documentos e informações que auxiliam usuários na recuperação de dados.

De acordo com o palestrante, sem a regulamentação e sem coisas impeditivas, o setor pode crescer. "Por isso hoje temos mais de 500 mil profissionais na área, no Brasil", argumentou.

Retenção de talentos

"Quero mostrar que o nosso setor está se desenvolvendo e não precisa de regulamentação. Quanto menos reservas e menos regulamentação, mais conseguimos crescer", avaliou o presidente do Seprosp.

O presidente do Sindpd, Antonio Neto, lembrou que o déficit de profissionais na área de tecnologia da informação é, justamente, uma questão ligada à falta de normatização. "Está diminuindo o número de estudantes nos cursos de TI, e uma declaração como a do Luigi, falando sobre a formação específica não ser argumento para a regulamentação, pode agravar o declínio de novos profissionais na área", argumentou.

Quando questionado por um espectador que acompanhava a palestra pelo site Convergência Digital a respeito do comportamento das empresas, que visam apenas o lucro, o presidente do sindicato das empresas afirmou que "toda empresa tem que visar o lucro". E continuou: "No entanto, é necessário fazer com que as empresas cumpram os direitos e deveres de cada um. E o profissional tem de cumprir com suas obrigações", respondeu.

Valorização

Apesar de tantas mutações da categoria, Luigi Nese se mostrou inflexível com profissões já regulamentadas pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Ele afirmou ser "contrário a toda reserva de mercado, inclusive pelos conselhos existentes hoje, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e o CFM (Conselho Federal de Medicina)".

"Veja a OAB: é criada duplamente uma formação para depois ter possibilidade de operar e ser um profissional na área", avaliou. "Eu acho que as outras profissões são totalmente irrelevantes e foram criadas politicamente para apoiar pessoas ligadas ao Congresso, para ganhar alguns votos a mais na eleição".

O mercado de TI

Cerca de 58,2% (214.537) das pessoas ligadas à área de tecnologia têm ensino superior, 39%  (94.773) têm ensino médio completo ou superior incompleto, apontou Nese. "E não são profissionais formados por uma universidade de engenharia de computação. Acho uma aberração essa profissão", criticou.

Dados trazidos por Nese da base do RAIS entre 2006 e 2015 mostraram mais de duas mil ocupações com vínculo ativo no setor de TI. No mesmo período as dez ocupações mais frequentes eram responsáveis por 50% dos lucros das empresas.

Em 2015 houve, em média, 678 mil vínculos empregatícios na área, sendo que as dez ocupações mais frequentes representaram 53,4% desse total. "Isso mostra que existe grande concentração de algumas atividades", afirmou. Destes, apenas 242 mil, ou seja, 35,7% eram específicas da área de TI.

O presidente do sindicato das empresas migrou, para justificar sua posição com relação à regulamentação, a outras profissões que integram o quadro das empresas de tecnologia, como auxiliares de escritório, faxineiras, assistentes de telemarketing, entre outros. "Em 2015 identificamos cerca de 499 mil vínculos em serviços de TI", apontou.

Por isso, para ele, a medida não vai melhorar a vida do trabalhador de tecnologia. "Só vai criar uma casta e uma exigência em cima do que hoje existe nos acordos coletivos, além de prejudicar o bom relacionamento entre os setores empresariais e laborais", declarou. "É um retrocesso".

Antonio Neto rebateu. "Temos que valorizar porque o profissional estuda de quatro a cinco anos, além de ter que se manter atualizado por meio de inúmeras certificações - que não são baratas e raramente são custeadas pelas empresas -, possuir um segundo idioma, e tudo isso por um salário que é inferior às suas competências, além de desenvolver problemas graves de saúde. Isso sim é um retrocesso", disse.

Neto, que relembrou também a relutância e o posicionamento das empresas com relação à saúde do profissional da categoria, citou a palestra de Denise Quaresma sobre a invisibilidade dos problemas relacionados à saúde e bem-estar dos profissionais de TI, realizada no dia 13. Leia aqui.

Assista à palestra:

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