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06 de Maio de 2021
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Rede de bancos comunitários cria moeda digital para a economia da periferia
O movimento está investindo na digitalização de serviços para fortalecer a atuação dessas organizações nas periferias e favelas e fomentar a economia local



Um movimento de bancos comunitários está investindo na digitalização de serviços para fortalecer a atuação dessas organizações nas periferias e favelas e fomentar a economia local.

"Banco comunitário é uma associação de pessoas que se juntam para criar alternativas ao sistema financeiro tradicional", diz Hamilton Mendes, 58, coordenador da Rede Paulista dos Bancos Comunitários.

Mendes defende a importância de criar uma alternativa ao sistema financeiro tradicional. "O sistema financeiro está baseado no lucro, então tudo que você faz em um banco sempre gera lucro ao banqueiro. O problema dos bancos é que eles concentram o maior poder político e econômico que o país tem".

Segundo o coordenador da Rede de Bancos Comunitários, o objetivo dos bancos populares geridos por moradores, por meio de uma associação, é a ativação e circulação de renda em favelas e periferias.

O sistema financeiro alternativo visa beneficiar e atender as necessidades dos moradores de acordos com suas condições socioeconômicas. O banco comunitário também contribui para a desburocratização no acesso ao empréstimo, ofertando baixas taxas de juros ?de 0 a 2%? em relação ao sistema financeiro tradicional.

Mendes também defende a estratégia de emitir sua própria moeda para ativar a economia local. ""O banco comunitário pode emitir uma moeda local, essa é uma das ferramentas que o banco comunitário utiliza. Fazer com que a atividade econômica do bairro gere dinheiro para o bairro, você só pode usar essa moeda social para o bairro, isso fortalece a economia local", diz.

Moeda digital

Em busca de modernizar o sistema de atuação e gestão dos bancos comunitários, a Rede criou uma moeda eletrônica que atua com a mesma lógica da moeda social.

"A gente criou um sistema de pagamento alternativo pelo celular, chamado e-dinheiro, para usar na comunidade, pois é mais seguro e higiênico. Ele é um sistema muito prático, mas precisa aprender a usar no celular", diz Mendes.

"isso ajuda muita gente, tanto no consumo ?para você comprar uma comida, um gás de cozinha, alguma coisa que você precisa com urgência?, como também para você montar seu próprio negócio cooperativo ou negócio individual ?para você montar uma lojinha na sua casa, um brechó, um serviço de costura ou uma loja de bolo, uma produção e venda de marmitex", diz o coordenador.

Junto com a solução do e-dinheiro, a rede de bancos comunitários apresenta também a e-vaquinha, uma vaquinha eletrônica que recebe doações por meio da moeda social eletrônica. A plataforma é a única no Brasil que oferece esse tipo de operação de financiamento coletivo.

Outra ação da rede de bancos comunitários é a e-lojinha, loja virtual que vende produtos de comerciantes dos territórios onde atuam organizações de bancos comunitários e que aceitam como forma de pagamento a moeda social.

"O conjunto desses instrumentos e ferramentas é no sentido de fortalecer o uso da moeda eletrônica. É fantástico a gente ter um sistema de pagamento para usar por internet, ao mesmo tempo que tem um sistema de compra online, que no período da pandemia é muito importante", afirma Mendes.

Um dos projetos da rede é um curso de capacitação totalmente online para pessoas criarem um banco comunitário. A formação possui conteúdos organizados em módulos, onde cada aula tem duração média de três horas.

"A gente vai fazer esse primeiro esforço para levar essa formação. Ela pode ser uma solução para o problema sério de inclusão digital", acredita Mendes.

"Nós temos que pensar nessa solução juntos, inclusive usando os bancos comunitários como uma forma de financiamento de antenas de distribuição de sinal, de compra coletiva para sinais de telefonia gratuitos para os estudantes. Essa é a natureza do banco comunitário, essa deve ser a tendência dos bancos comunitários da periferia", acrescenta.

Mulheres chefes de família

"Atualmente o pedido de crédito tem sido a nossa maior procura devido ao aumento de desemprego. As pessoas de alguma forma necessitam fazer algo para manter a família. E o maior público são as mulheres chefes de família", diz Maria do Carmo Rodrigues, 67, coordenadora do Banco Tonato, localizado no Jardim Tonato, na periferia do município de Carapicuíba, em São Paulo.

Durante a pandemia, a moradora sentiu o aumento pela procura de crédito na região e a redução das reservas financeiras do banco. "Como a gente está sem fazer evento, ficou mais difícil ter fundo. E são as mulheres quem procuram mais", diz. Antes da pandemia, a maior parte da renda que compõe o fundo da organização vinha de eventos feitos no território. Esse recurso é utilizado principalmente para realização de empréstimos.

Rodrigues explica como é o processo de avaliação e aprovação de empréstimo no banco comunitário. "A pessoa nos procura, aí o agente de crédito vai na casa dela para fazer uma avaliação. A gente passa a ficha com a avaliação para um grupo, que inclui o agente de crédito, que decide se a gente deve passar o crédito para pessoa ou não".

Mesmo com um processo fácil para aprovação de crédito, a alta demanda impediu o banco de atender todos os moradores do território que o procuraram. A situação gerou a necessidade de criar um sorteio para destinar o empréstimo aos moradores.

Os valores dos empréstimos giram entre R$ 100 a R$ 300. "A maior finalidade é para comprar materiais para iniciar seu próprio negócio com venda de bolo ou salgados. Em alguns casos são pedidos para comprar o gás ou alimento", diz a coordenadora.

Para Rodrigues, a modernização proposta pela Rede de Bancos Comunitários dá a possibilidade de aumentar a receita dos bancos e fortalece o seu fundo de empréstimos. "Além de ajudar na divulgação, também vai aumentar o fundo e dá para a gente atender um maior número de famílias", diz.




Fonte: Tilt - Uol


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