Com a expansão das tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA), surge uma nova função que promete ocupar papel central nas organizações: o gestor de Inteligência Artificial. Esse novo cargo reflete uma mudança estrutural no modo como empresas operam, tomam decisões e se relacionam com seus públicos.
De acordo com relatório do Fórum Econômico Mundial, até 2025 o mercado global demandará 97 milhões de empregos relacionados à IA. No Brasil, a previsão também é otimista: um levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) estima um crescimento de 150% na busca por profissionais de IA somente neste ano.
Leia: Déficit de profissionais de TI cai, mas informalidade cresce
Esse movimento acompanha uma transformação já em curso. Uma pesquisa da consultoria McKinsey aponta que 72% das empresas ao redor do mundo já adotam algum tipo de tecnologia de IA — um salto significativo em relação aos 55% do ano anterior. Além disso, 65% das organizações aumentaram os investimentos em IA, o que reforça a consolidação da área como um dos pilares da inovação empresarial.
Diante desse cenário, o gestor de IA surge como uma figura estratégica. “Ele é o responsável por transformar as ferramentas de IA em soluções práticas, conectando tecnologia com o cliente de maneira que gerem resultados reais”, explica Mateus Miranda, CIO do Grupo IRRAH, empresa de tecnologia voltada ao setor varejista. “E, claro, esse profissional também vai estar sempre de olho no que está acontecendo no mercado global para garantir que a empresa não fique para trás”.
Miranda destaca que o gestor de IA não se limita a operar sistemas. Seu papel é orquestrar a integração da inteligência artificial em diversos departamentos — do marketing ao atendimento ao cliente — sem negligenciar a importância do olhar humano.
O escopo de atuação do gestor de IA é amplo, exigindo domínio técnico e visão de negócio. Entre as competências esperadas estão:
- Machine Learning: criação de algoritmos capazes de aprender com dados e melhorar com o tempo.
- Chatbots e assistentes virtuais: implementação de soluções automatizadas para atendimento ao cliente.
- Análise preditiva: previsão de tendências e comportamentos com base em dados históricos.
- Processamento de linguagem natural (NLP): interpretação da linguagem humana por máquinas, útil em traduções automáticas e análises de sentimento.
- Visão computacional: análise de imagens e vídeos para aplicações como segurança e logística.
- Automação de Processos Robóticos (RPA): automação de tarefas repetitivas em áreas como RH e finanças.
- Internet das Coisas (IoT): conexão entre dispositivos para monitoramento em tempo real.
- Recomendações personalizadas: uso de dados para oferecer produtos e serviços de forma personalizada.
À medida que cresce a adoção da IA, cresce também a responsabilidade dos profissionais encarregados de gerenciar seu uso. O gestor de IA será peça-chave para garantir que a tecnologia seja usada de forma ética, eficaz e centrada no ser humano.
(Com informações de Terra)
(Foto: Reprodução)