O Techday, evento promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd-SP), abriu sua programação com o tema “Como tornar o setor de TI mais inclusivo?”. O primeiro painel do dia reuniu mulheres que ocupam posições de destaque no mercado para discutir os desafios da diversidade na tecnologia. Entre as convidadas, Claudia Forgas, Head de Marketing da T-Systems do Brasil, trouxe uma fala inspiradora sobre atitude, persistência e transformação.
Com mais de 30 anos de carreira no setor de tecnologia, Claudia compartilhou momentos decisivos de sua trajetória profissional. Aos 15 anos, começou como secretária na Phillips para ajudar os pais em casa. Em seguida, trabalhou na Mercedes-Benz, também como secretária, desta vez na área de TI. De lá, seguiu para a consultoria, atuando com análise de processos industriais, até que surgiu a oportunidade de migrar para o marketing, área onde permanece até hoje.
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“Nunca foi sorte, sempre foi aquela coisa de persistir, de querer ser algo mais, de acreditar que você é capaz”, afirmou. Claudia relembrou que sua mudança para o marketing aconteceu porque teve atitude e iniciativa, sendo levada para a nova área junto com seu chefe. “Você tem que ter atitude, senão você não será lembrada”, enfatizou.
A executiva destacou que muitas vezes se espera que as empresas promovam mudanças, mas que é preciso agir individualmente também. “A gente espera muito que as empresas façam alguma coisa por nós, mas eu fui contando um pouco da minha história para mostrar que nós precisamos ter as nossas próprias atitudes para conseguir nosso lugar no mundo.”

Durante o painel, mediado pela psicanalista e pedagoga Maria Auxiliadora Camargo, Claudia reforçou que o fortalecimento da presença feminina no setor passa pela criação de oportunidades desde a formação acadêmica até os cargos de liderança. Ela também defendeu a importância de ambientes acolhedores e da construção de redes de apoio entre mulheres.
Em rápida entrevista após a palestra, Claudia classificou o evento como “super rico e super necessário” e elogiou o ambiente de troca proporcionado pelo Techday. “Um dos principais pontos de dificuldade para as mulheres é esse networking, essa troca de informações, e aqui a gente está num ambiente acolhedor. Estamos falando juntas, e debatendo temas importantes para nossas carreiras”, disse.
Claudia também apontou que a inclusão no setor de TI exige um esforço tanto das empresas quanto das próprias profissionais. De um lado, é preciso que lideranças — especialmente os homens — estejam mais preparados para valorizar a presença feminina nas equipes. De outro, é fundamental que as mulheres acreditem em si mesmas e busquem ativamente suas oportunidades. “Não é esperar que as coisas venham até você. É acreditar que você pode e fazer alguma coisa por si mesma”, finalizou.
O Techday foi realizado no dia 29 de março pelo Sindpd e marcou o encerramento da Maratona 8 de Março, que, durante todo o mês da mulher, promoveu palestras e debates em dezenas de empresas de sua base e reuniu centenas de trabalhadoras, com o objetivo de promover a inclusão feminina no setor e o respeito às profissionais de TI.
