Um estudo recente aponta que a humanidade está diante de uma virada histórica, impulsionada por sistemas de inteligência artificial (IA) com capacidade de raciocínio complexo. O Índice de Tendências de Trabalho 2025 (Work Trend Index 2025), publicado pela Microsoft, destaca a necessidade de adaptação de gestores e profissionais a mudanças tecnológicas que prometem redefinir setores inteiros. Assim como ocorreu com a Revolução Industrial e a ascensão da internet, essa transição deve desencadear impactos sociais, econômicos e culturais ao longo das próximas décadas.
O relatório, baseado em pesquisas globais, dados do Microsoft 365 e análises do LinkedIn, revela o surgimento de um novo modelo organizacional: a empresa de vanguarda (Frontier Firm). Essas organizações integram sistemas autônomos de IA em suas operações, combinando talentos humanos com agentes digitais para otimizar resultados. Enquanto 82% dos líderes mundiais consideram 2025 um ano decisivo para reestruturar estratégias, no Brasil esse índice salta para 94%. Além disso, 71% dos funcionários dessas empresas inovadoras relatam crescimento organizacional, contra 37% em outras companhias.
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Inteligência como recurso estratégico
A IA está se tornando um recurso essencial, comparável à eletricidade ou à internet. Sua capacidade de escalabilidade e acesso democratizado permite que empresas superem limitações humanas, como tempo e expertise. Enquanto 53% dos gestores globais esperam ganhos de produtividade, 80% dos colaboradores enfrentam sobrecarga de tarefas, sendo interrompidos a cada dois minutos por demandas digitais. No Brasil, 40% dos líderes projetam aumento de produtividade, mas 72% da força de trabalho relata exaustão.
Para enfrentar esse descompasso, 82% das empresas planejam ampliar o uso de ferramentas digitais nos próximos 12 a 18 meses — percentual que chega a 90% no Brasil. Startups especializadas em IA estão recrutando talentos em ritmo acelerado, muitas vezes atraindo profissionais de grandes corporações, sinalizando uma redistribuição de inovação no mercado.
Equipes híbridas e a proporção humano-digital
A integração de agentes de IA está transformando hierarquias tradicionais em estruturas flexíveis, focadas em resultados. Quase metade das organizações (46%) já automatiza processos críticos, como atendimento ao cliente e desenvolvimento de produtos, usando sistemas autônomos. O desafio agora é equilibrar a proporção humano-digital: definir quantos agentes são necessários por tarefa e como os humanos podem supervisioná-los. Decisões de alto risco ou que exigem sensibilidade ainda demandam intervenção humana, mas a colaboração com IA tende a se tornar padrão.
Profissionais como gestores de sistemas autônomos
Com a popularização dessas ferramentas, surge uma nova função: o gestor de sistemas autônomos, responsável por treinar, delegar e monitorar agentes de IA. Estima-se que, em cinco anos, 41% das equipes globais estarão envolvidas no treinamento desses sistemas — no Brasil, 43%. Líderes estão mais familiarizados com a tendência: 67% deles compreendem o potencial da IA para acelerar carreiras, contra 40% dos funcionários.
Embora 33% das empresas avaliem reduzir quadros, 78% planejam criar vagas ligadas à IA. No Brasil, 89% das organizações pretendem contratar para funções emergentes. A expectativa é que a tecnologia permita que até profissionais juniores assumam tarefas complexas, similar ao surgimento de carreiras como gerente de mídias sociais na era digital.
Segundo a Microsoft, 2025 marcará o início das empresas de vanguarda, que unem criatividade humana e eficiência digital para gerar valor inédito. “Estamos oferecendo a visão e as ferramentas para moldar o futuro”, afirma a organização. Para sobreviver a essa transformação, investir em treinamento e requalificação deixou de ser opcional — é uma urgência estratégica.
(Com informações de TI Inside)
(Foto: Reprodução/Freepik)