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02 de Outubro de 2023
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Tecnologia digital avançada beneficiou 98% das indústrias, aponta IBGE
Levantamento mostra que 8.134 empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas utilizaram algum tipo de tecnologia digital avançada em 2022



O uso de tecnologia digital avançada trouxe benefícios para 97,9% das indústrias extrativas e de transformação que utilizaram esse tipo de ferramenta no ano passado no Brasil.

O dado é da Pesquisa de Inovação (Pintec) Semestral 2022: Tecnologias Digitais Avançadas, Teletrabalho e Cibersegurança, divulgada na última quinta-feira (28) pelo IBGE.

O levantamento mostra que 8.134 empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas utilizaram algum tipo de tecnologia digital avançada no ano passado.

O principal benefício apontado na pesquisa foi a maior flexibilidade em processos administrativos, produtivos e organizacionais, citado por 89,8% das empresas. O aumento da eficiência, relacionado a ganhos decorrentes de redução de custos, aumento da produtividade e otimização dos processos decisórios, foi apontado por 87,6% das empresas que utilizam tecnologias digitais avançadas.

A seguir vieram a melhoria no relacionamento com clientes e/ou fornecedores, citado por 85,5% das empresas; o ganho na capacidade de desenvolvimento de produtos ou serviços novos (75,9%); a redução do impacto ambiental (72,1%); e a entrada em novos mercados (45,9%).

A pesquisa mostra ainda os principais fatores que levaram as empresas à adoção de tecnologia digital avançada. O que mais contribuiu para o uso dessa tecnologia foi a estratégia autônoma da companhia, apontada por 87% das empresas que utilizaram alguma tecnologia.

Segundo o IBGE, tal estratégia pode estar relacionada a: aumento da produtividade, eficiência e eficácia das empresas; necessidade da área de P&D; ampliação de projetos de inovação; aumento de portfólio de produtos e serviços; além de questões relacionadas à intenção das empresas em ampliar seus projetos voltados à Indústria 4.0.

A influência de fornecedores e/ou clientes, por sua vez, foi apontada por 63% das empresas que utilizaram alguma tecnologia; seguido pela influência da concorrência (50,8%); a atratividade de programas de apoio públicos ou privados (26%).

"[Isso] pode sugerir potencial espaço de atuação para aplicação de políticas específicas voltadas para maior difusão dessas tecnologias", diz o IBGE.

Dentre as empresas que adotaram uma ou mais tecnologias digitais avançadas, 93,3% delas apontaram algum fator que, de alguma forma, dificultou a utilização dessas tecnologias. O fator mais apontado, por 80,8% das empresas, foram os altos custos das soluções; seguido da falta de pessoal qualificado (54,6%); a limitada oferta de pessoal qualificado no mercado (48,9%); a dificuldade de integração entre as áreas de negócios (47,3%); e as dificuldades relacionadas à interoperabilidade entre diferentes tecnologias digitais (45,7%).

Do total das indústrias extrativas e de transformação com 100 ou mais pessoas ocupadas, 15,1% não adotaram nenhuma das tecnologias digitais avançadas investigadas em 2022. Desse conjunto, 94,3% apontaram algum fator que contribuiu para que as empresas não adotassem essas tecnologias.

Altos custos das soluções tecnológicas

Os altos custos das soluções tecnológicas foi o fator mais apontado, por 70,3% das empresas que não utilizaram nenhuma das tecnologias digitais avançadas; seguido da não identificação da necessidade de adotar as tecnologias (52,5%); da escassez de oferta de programas de apoio e fomento públicos ou privados (45,1%); e da falta de conhecimento sobre as tecnologias e seus potenciais benefícios (32,2%).

A pesquisa foi feita em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foram investigadas 9.586 empresas do setor industrial - a partir de uma amostra de 1.532 delas - com 100 funcionários ou mais. Com isso, os resultados refletem a realidade de companhias de médio e grande porte e também de um setor que é considerado mais estruturado que os setores de serviços e comércio, por exemplo.

Quase 30% das indústrias usam robótica, 24%, big data, e 16,9%, inteligência artificial

A nova pesquisa do IBGE aponta ainda que 84,9% utilizaram pelo menos uma das seis seguintes ferramentas: análise de Big Data, computação em nuvem, inteligência artificial, internet das coisas, manufatura aditiva ou robótica.

O levantamento aponta que a computação em nuvem é a mais disseminada: foi mencionada por 73,6% das empresas. Em seguida vem a internet das coisas - que conecta objetos usados no dia a dia à rede mundial de computadores ?, quase metade (48,6%) das companhias.

A robótica foi adotada, no ano passado, por quase 30% (27,7%) das indústrias, seguida pela análise de Big Data (23,4%) e pela manufatura aditiva (19,2%), com um processo de produção mais complexo que permite a criação de objetos a partir de um modelo virtual. Das seis tecnologias investigadas, a de menor adesão é a inteligência artificial, citada por 16,9% das empresas investigadas.

"A automação e uso de tecnologias de informação e comunicação é fundamental para uma visão de negócios voltada para a transformação industrial", afirma o gerente da pesquisa, Flávio José Marques Peixoto.

Os dados mostram ainda que, quanto maior é o porte da empresa - considerando o critério de pessoal ocupado -, mais intenso é o uso de todas as seis tecnologias. No caso da robótica, por exemplo, mais da metade (51,1%) das empresas com 500 ou mais funcionários apontam seu uso, percentual que é de apenas 19,6% nas companhias que empregam entre 100 e 249 pessoas. A inteligência artificial já foi uma realidade em 2022 para 31,1% das empresas de maior porte (acima de 500 pessoas), enquanto se limitou a 12,4% entre aquelas menores.

Na internet das coisas, a utilização chega a 58,8% das empresas com mais de 500 empregados e 46,5% naquelas de 100 a 249 empregados. Mesmo na computação em nuvem, que é a tecnologia de maior adesão, o percentual é de 87% nas companhias maiores e de 68% nas menores.

"As empresas maiores tendem a ser mais tecnologicamente avançadas", diz Peixoto.

O estudo também traça as diferenças sobre o uso de tecnologia entre os diferentes segmentos da indústria. Na média, 84,9% das indústrias usaram pelo menos uma das seis tecnologias avançadas acompanhadas pelo IBGE.

Áreas como de máquinas e equipamentos (94,5%), extrativas (92,2%) e produtos diversos (92%) apresentam os maiores índices de utilização. Nesta última categoria está incluída a indústria de produtos médicos e odontológicos, com nível elevado de uso de tecnologias, segundo Peixoto. Por outro lado, segmentos como madeira (72,2%), confecção do vestuário (71,6%) e outros equipamentos de transporte (68,2%) apresentaram os menores índices de uso.

Indústrias adotam parcialmente digitalização em diferentes áreas do negócio

As empresas industriais apresentam um perfil disseminado de digitalização em suas diferentes áreas de negócios, ainda que a maior parcela seja daquelas que revelam adoção parcial de processos digitais.

Pelo menos 90% das empresas adotam processos digitais em cinco áreas acompanhadas pela pesquisa: desenvolvimento de projetos (90,8%), produção (90,2%), logística (94,3%), administração (99,4%) e comercialização (93,8%).

A pesquisa avalia o quanto dos processos analógicos das companhias foram convertidos em processos digitais. Para isso, considera três graus para o uso das informações: predominantemente digital, parcialmente digital e informação não utilizada em forma digital.

No caso de desenvolvimento de projetos, por exemplo, 30,6% das empresas revelam uso predominantemente digital, enquanto a maioria (60,2%) apontam para uso parcial. Na área de produção, essa diferença é ainda maior: 18,7% indicam uso predominantemente digital e 71,5% uso parcialmente digital.

"A digitalização ou transformação digital é caracterizada por enorme presença de computadores e de mídias de todos os tipos, de profunda conexão com a internet e a convergência dessas mídias para o formato digital. A digitalização tem sido o principal eixo das tecnologias mundo afora, elas só são possíveis quando uma empresa é digitalizada", diz o gerente da pesquisa, Flávio José Marques Peixoto.

Os dados mostram, também, uma maior incidência de digitalização entre as empresas com maior contingente de pessoal ocupado. No grupo de companhias com 500 ou mais empregados, 95% delas apontaram digitalização dos processos, seja predominante ou parcial, em todas as cinco áreas de negócios pesquisadas (desenvolvimento de projetos, produção, logística, administração e comercialização.

Uso combinado de tecnologias digitais avançadas

Apenas 3,7% das empresas industriais brasileiras com 100 funcionários ou mais fizeram uso combinado de seis tecnologias digitais avançadas em 2022: análise de Big Data, computação em nuvem, inteligência artificial, internet das coisas, manufatura aditiva ou robótica. A maior parcela das empresas (31,5%) usa duas dessas tecnologias ao mesmo tempo, seguido pelo uso de somente uma das tecnologias (27,8%) e de três tecnologias (20,5%).

"Apenas 300 empresas usaram as seis tecnologias de forma combinada. É um dado interessante, porque um número muito pequeno de empresas fez uso mais integrado ou combinado de tecnologia. A maioria ficou no uso de uma ou duas tecnologias", afirma o gerente da pesquisa, Flávio José Marques Peixoto.

O uso dessas tecnologias permite, explica ele, um sistema produtivo integrado por computador e outros dispositivos móveis, que possa ser comandada de qualquer lugar do mundo.

"A integração dessas tecnologias de informação e comunicação permite que as empresas alcancem novos patamares de produtividade, de flexibilidade, de sustentabilidade, de qualidade de produtos e processos... Isso possibilita uma nova geração de ganhos", diz.

Do total de empresas, 84,9% (ou 8.134) usaram pelo menos uma tecnologia digital avançada. Dessa forma, há também uma parcela de 15,1% das indústrias que não fazem uso de nenhuma das seis tecnologias investigadas pelo IBGE.

Ao avaliar o uso de pelo menos uma tecnologia, o gerente da pesquisa comentou que há um espalhamento do uso. O grupo investigado, no entanto, inclui apenas empresas de 100 ou mais funcionários, que é um conjunto de companhias que tendem a ser mais tecnologicamente avançadas.

"Num conjunto mais amplo de empresas, que incluísse aquelas com menos de 100 funcionários, a proporção de uso de tecnologia seria menor", diz.

Tal retrato pode ser traçado também a partir dos indicadores de uso combinado de tecnologias de acordo com o porte de empresas, que está presente na pesquisa. Nas empresas industriais com pessoal ocupado entre 100 e 249 pessoas, 31,3% usam apenas uma tecnologia, enquanto 1% tem acesso às seis combinadas. Na outra ponta, as companhias de 500 ou mais funcionários, apenas 16,7% dizem usar apenas uma tecnologia e 12% afirmam utilizar as seis combinadas.

A pesquisa também avalia se o uso das tecnologias se deu de forma localizada ou abrangente entre as diferentes áreas das empresas industriais. Todas as áreas/funções pesquisadas - como desenvolvimento de projetos, produção, logística, administração e comercialização -apontaram majoritariamente para o uso localizado das tecnologias (mais de 50%) das empresas, em contraponto ao que seria um uso abrangente.

Todas as tecnologias mostraram os maiores percentuais de utilização abrangente na área/função de administração, sendo o maior percentual verificado para a tecnologia de análise de big data (45,7%).

(Fonte: Valor Econômico)
(Foto: Agência de Notícias da Indústria)


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