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24 de Janeiro de 2025
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Por que brasileiros estão escaneando a íris por dinheiro? Entenda a polêmica
Projeto global financiado pelo criador do ChatGPT enfrenta desconfiança e questionamentos



Um procedimento que atraiu filas em São Paulo, onde pessoas olhavam para uma esfera metálica (o Orb) em troca de criptomoedas, gerou curiosidade, polêmicas e teorias da conspiração. Trata-se da Tools for Humanity, que busca criar uma identidade digital global baseada na verificação da íris humana.

O projeto, que conta com o investimento de Sam Altan, criador do ChatGPT, e não envolve Elon Musk, como alguns boatos sugeriam. Em entrevista ao jornal O Globo, Rodri Tozzi, representante da Tools for Humanity no Brasil, desmentiu teorias sobre "venda de olhos" e "dominação mundial" e explicou as intenções do projeto.

Como funciona o procedimento?

Os interessados passam por uma análise da íris pelo Orb, que gera um código único associado à identidade da pessoa. Em troca, o usuário recebe 20 tokens da WorldCoin (uma criptomoeda avaliada em US$ 2 por unidade) e pode acumular outros 28 ao longo de 13 meses.

O valor pode ser convertido em dinheiro, mas segundo Tozzi, o objetivo principal é distribuir "propriedade digital" no formato de tokens, que funcionam como votos no futuro desenvolvimento da rede.

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Tozzi explica que o WorldCoin é um protocolo aberto, semelhante à Internet, sem um "dono" centralizado. A ideia é que a governança seja distribuída entre os usuários que recebem os tokens. "Se você distribui um pouquinho de token para cada humano que se verifica, ao longo do tempo você tem genuinamente um protocolo descentralizado", afirma.

A visão é que o WolrdCoin possa ser utilizado para diferenciar humanos de robôs em ambientes digitais, oferecendo maior segurança em tempos de avanço da inteligência artificial.

Uma das maiores preocupações acerca do projeto é com os dados dos usuários. Autoridades da União Europeia questionaram a ausência de uma opção para exclusão permanente dos dados. Tozzi defende que o modelo atual não armazena informações na nuvem, somente fragmentos impossíveis de serem reconstruídos.

"Você tem controle, você pode apagar as informações que estão no seu telefone. Os fragmentos que estão ali nos servidores, esses permanecem, mas eles são criptografados e embaralhados de forma que eles não podem ser reconstruídos."

O foco na América Latina reflete, em parte, a recepção positiva dos usuários e um mercado regulatório mais aberto ao projeto. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a operação enfrenta desafios regulatórios e, atualmente, não há pontos ativos de verificação.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) já questionou esse procedimento. A empresa afirma ter enviado as respostas solicitadas e que está aguardando a devolutiva.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução)


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