O Comitê de Política Monetária, o Copom, anunciou na noite desta quarta-feira o corte de 1,5% na taxa Selic, passando de 12,75% para 11,25% ao ano. Foi a segunda redução consecutiva realizada pelo comitê, trazendo os juros ao mesmo patamar de março de 2008.
Apesar de a redução ser a mais agressiva desde novembro de 2003, tanto os empresários e os trabalhadores concordam que este corte ainda está tímido em relação ao cenário econômico, que necessita de estimulo ao crédito para a retomada do crescimento da economia, principalmente depois do anuncio, nesta semana, da queda de 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre de 2008.
Hoje, o risco de queda na economia é maior que o risco de aumento da inflação, a queda do PIB é um exemplo disto. Segundo o presidente do Sindpd, Antonio Neto, é necessário trazer a Selic para a casa de um dígito para impulsionar o setor produtivo. “É indispensável diminuir significativamente a Selic, caso o Brasil queira aproveitar este momento para implementar um verdadeiro e sustentável crescimento econômico, gerando os empregos necessários para tirar milhões de brasileiros da miséria”, definiu o presidente.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) comentou, em nota, a queda da taxa de juros e propõe reuniões quinzenais do Copom para que se possa agilizar a queda da Selic. “Redução da taxa de juros em apenas um e meio ponto percentual ajuda. Mas, não resolve. Agora, é preciso agilizar a queda com reuniões quinzenais do Copom”, diz a nota.
Mesmo com a redução em 1,5 ponto percentual da taxa Selic, os juros reais praticados no Brasil são os maiores do mundo, em torno de 6,5% ao ano; seguido por países como Hungria, Argentina e Turquia. Enquanto a taxa de juros fica atrativa para aplicações em títulos da dívida pública, há pressões dos trabalhadores, que querem garantir seus empregos, e dos empresários, que torcem por ventos favoráveis aos investimentos planejados.
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