Foi divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) uma análise sobre o desempenho da produtividade do setor publico e privado no período de 1995 a 2006. O estudo, intitulado “Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente”, mostra que, no período pesquisado, a produtividade na administração pública aumentou 14,7%, enquanto no setor privado o crescimento foi de 13,5%.
“No último ano do estudo [2006], por exemplo, a administração pública teve uma produtividade 46,6% maior [do que a do setor privado]. O ano em que essa diferença foi menor foi 1997, quando a pública registrou produtividade 35,4% superior à da privada”, disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
Em todos os anos pesquisados, a produtividade do setor público sempre superou a do setor privado, chegando a registrar uma diferença de 1,1% de maior produtividade no setor público. “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”, afirmou o presidente do instituto.
Pochmann destacou as inovações do setor de TI como uma importante variável no aumento da eficiência produtiva da administração pública. O aproveitamento de novas tecnologias da informação, a participação social no acompanhamento de políticas públicas e a modernização do setor por meio de concursos e cursos de qualificação, teria colaborado, segundo o presidente do Ipea, para um aumento no nível de profissionalização do servidor público.
Ainda de acordo Marcio Pochmann, os números divulgados servem para quebrar um paradigma sobre a produtividade do setor público. “A produção na administração pública aumentou 43,3% entre 1995 e 2006, crescimento que ficou mais evidente a partir de 2004. No mesmo período, os empregos públicos aumentaram apenas 25%. Isso mostra que a produtividade aumentou mais do que a ocupação”, argumenta o presidente do Ipea.
“Esse estudo representa a configuração de uma quebra de paradigma, porque acabou desconstruindo o mito de que a produtividade do setor público é ineficiente”, concluiu Pochmann.
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