Impulsionado pelo excepcional resultado do setor de serviços, o mercado de trabalho formal (com carteira assinada) da região registrou, em agosto, o melhor desempenho da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números do Ministério do Trabalho revelam a criação de 6.493 vagas no mês passado no ABC, como resultado de 32.710 admissões e de 26.217 desligamentos. A melhor marca havia sido a de março deste ano (6.379 postos).
O resultado é o oitavo positivo consecutivo na região e eleva para 35.466 o saldo entre contratações e demissões no acumulado de 2010 até agosto. Nos últimos 12 meses, o Caged revela a criação de 47.419 vagas nos sete municípios. O emprego com carteira tem sido sustentado pelo crescimento da economia (que deve chegar a 7% em 2010), estimulado principalmente pelo consumo interno e pelos investimentos públicos e privados.
No corte por atividades, o setor de serviços deu a principal contribuição para o resultado regional, ao abrir 2.608 vagas. Desse total, 1.350 foram criados só em Santo André, que abriga grandes empresas do setor, como Atento (call center) e TIM (desenvolvimento de softwares).
Apesar de o Caged não dispor de dados por cidade sobre os subsetores nos quais houve maior número de contratações, os valores relativos à região metropolitana revelam que as maiores altas foram obtidas nos serviços de ensino (alta de 2,12% sobre julho, com a criação de 4.134 vagas) e de administração de imóveis (0,85%, com 9.095 postos abertos).
O segmento de serviços é o que mais contratou em 2010, respondendo por 13,3 mil das 35,5 mil vagas criadas no ABC no período janeiro-agosto. Para o presidente do Sindicato de Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação (Sindpd), Antonio Neto, o saldo pode ser atribuído à mudança no perfil econômico da região, que fez emergir setor de serviços ainda em fase de expansão, com destaque para as áreas de TI e telecomunicações.
“A neces sidade de modernização e desenvolvimento tecnológico do parque fabril tem beneficiado o setor de serviços na região, apesar do anacronismo tributário do qual é vítima”, afirmou Antonio Neto, referindo-se ao fato de o segmento ser tributado, em boa parte, sobre a folha de pagamento – o que encarece a atividade, que é intensiva de mão de obra.
Patamar pré-crise
Nas demais atividades, a indústria abriu 1.588 vagas em agosto no ABC e, no acumulado de 2010, registra saldo positivo de quase 13 mil postos de trabalho. Porém, ainda não conseguiu retomar o patamar de setembro de 2008, quando eclodiu a crise mundial. Para que isso ocorra, ainda precisa ser “zerado” déficit de 5,3 mil vagas – o que, segundo previsão da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), deve ocorrer no primeiro trimestre de 2011.
Fonte: matéria publicada no jornal Diário Regional (17/09/2010)
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