Dia Mundial pelo Trabalho Decente
As Centrais Sindicais CGTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT tomaram as ruas do centro de São Paulo para defender a continuidade da geração de empregos e do aumento real de salários durante o governo Lula, na quinta-feira (07), no Dia Mundial Pelo Trabalho Decente.
Com a palavra de ordem “Eu quero agora, eu quero já, eu quero ver o meu salário aumentar”, os manifestantes se concentraram em frente ao Teatro Municipal de São Paulo e saíram em caminhada pela rua Barão de Itapetininga, avenida Ipiranga, avenida São Luis até a rua Martins Fontes, na sede da Superintendência da Delegacia Regional do Ministério do Trabalho.
Não ao retrocesso
A secretária de Relações Internacionais da CGTB Nacional, Maria Pimentel, falou que “a política de aumento do salário mínimo e de geração de empregos do governo Lula foi fundamental para evitar que a crise atingisse o Brasil da mesma forma que atingiu os Estados Unidos e a Europa”.
Maria ressaltou ainda que enquanto “no governo Lula o salário mínimo teve aumento real de mais de 50%, em São Paulo os servidores públicos estão com salários arrochados, com professores sem aumento há cinco anos e os delegados de polícia recebem os menores salários do Brasil na categoria. Em São Paulo os tucanos usaram inclusive recursos públicos federais para financiar a privatização da saúde. Já foram 25 hospitais privatizados. No Estado se demora dois anos para se conseguir uma vaga em creche ou numa escola infantil”.
“Nos últimos oito anos o governo brasileiro tirou 30 milhões de pessoas da miséria. Precisamos continuar com as mudanças e varrer do mapa os privatizadores de plantão, fortalecendo o Estado e garantindo os recursos do pré-sal para o desenvolvimento da Nação”, enfatizou o presidente da CGTB-SP, Paulo Sabóia.
O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que novamente “as Centrais estão unidas por mais e melhores empregos. Foram criados mais de 14 milhões de novos empregos no governo Lula. Nós precisamos dar continuidade a essa política e não retrocedermos àquela época de altos índices de desemprego. Vamos combater o trabalho escravo, a terceirização, mas isso só será possível com a continuidade do projeto iniciado por Lula”.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), destacou que “as Centrais estão com uma unidade cada dia mais profunda e que graças a isso foi possível, inclusive, os trabalhadores darem sustentação aos avanços obtidos no governo Lula”.
“Alguns empresários ainda estão acima da lei no Brasil. Infelizmente ainda percebemos que existem empregos de terceira, quarta e quinta categoria. É preciso intensificar a fiscalização”, pediu o presidente da UGT, Ricardo Patah.
“O trabalho decente engloba também a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e um salário condizente com o custo de vida, por isso as Centrais negociam com o governo federal a valorização permanente do salário mínimo justamente para que os trabalhadores consigam levar uma vida decente”, afirmou Luiz Gonçalves (Luizinho), presidente da Nova Central-SP.
Entrega do documento
O superintendente da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), José Roberto de Melo, recebeu o documento com as reivindicações dos trabalhadores. “É com muita felicidade, orgulho e prazer que recebo essas propostas. Vou entregar ao ministro Carlos Lupi, que é um grande fã da organização do movimento sindical. O Lupi sempre diz que o Ministério do Trabalho é a casa do trabalhador e ele precisa sempre estar por aqui”, disse Melo, lembrando a morte dos fiscais em Unaí (MG) como exemplo da atuação do Ministério na fiscalização pelo trabalho decente.
Fonte: CGTB
Abaixo, trechos do documento encaminhado ao ministro Carlos Lupi:
Dia Mundial pelo Trabalho Decente
Emprego e salário justo para toda nossa gente!
Neste dia 7 de outubro, Dia Mundial pelo Trabalho Decente, milhões de trabalhadores tomarão as ruas em todas as partes do mundo para exigir garantia de emprego, aumento salário e defesa dos direitos duramente conquistados pelos trabalhadores.
No Brasil, as centrais sindicais estão nas ruas pelo aumento real de salário pela política de valorização do salário mínimo, pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário, contra a precarização e o trabalho infantil, para garantir igualdade de oportunidades a valorização dos serviços públicos e pelo fortalecimento do papel do Estado.
Para que isso ocorra e superar a superar a crise combatendo as desigualdades é fundamental que os recursos do Estado que hoje são apropriados pelos bancos e pelas multinacionais, sejam canalizados para os investimentos produtivos – para empresas públicas e empresas privadas genuinamente nacionais, particularmente as micro, medias e pequenas empresas.
Estas prioridades juntamente com a redução da taxa de juros e é caminho apontado pelas centrais sindicais para fortalecer o projeto nacional de desenvolvimento.
Estas foram as principais medidas tomadas pelo governo Lula para impedir que a crise atingisse nosso país como vem atingindo a Europa e os Estados Unidos.
No Brasil reivindicamos:
A defesa da política de valorização do salário mínimo, medida que beneficia diretamente mais de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o país. Fortalecer o poder de compra dos trabalhadores, com o aumento da massa salarial, vem sendo decisivo para o combate às desigualdades e precisa ser mantido. Além do mais, diferentemente do que os governos fizeram na Europa ou nos Estados Unidos, quando ampliaram a injeção de recursos públicos nos bancos privados para tapar o rombo da especulação, cortando investimentos nas áreas sociais, aqui fizemos exatamente o oposto: colocamos a roda da economia para girar investindo no consumo de massa. Portanto precisamos garantir que seja efetivada e materializada como política de Estado a valorização do salário mínimo.
Para o salário mínimo de 2011, as centrais estão propondo um valor. de no mínimo, R$ 560,00, número que é resultado da estimativa da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2010 – apresentada pelo próprio governo, de 5,52% – que é o percentual de inflação do período, utilizado para repor as perdas – somado à média do crescimento econômico de 2006 a 2009 (Produto Interno Bruto), de 3,8%.
Defendemos a implantação de medidas concretas para, combater o alto índice de terceirização e precarização existente em algumas categorias como a construção civil e os canavieiros; lutar contra a verdadeira epidemia de acidentes de trabalho, que deixa anualmente centenas de milhares de trabalhadores mortos, lesionados ou mutilados; garantir o cumprimento de leis como a do Piso Salarial dos Professores, que vem sendo desrespeitado por vários governos estaduais; ampliar a fiscalização e o combate à impunidade nos locais de trabalho, acabar com o assédio moral, por fim à desigualdade salarial entre homens e mulheres.
São Paulo, 07 de outubro de 2010.
Confederação Sindical Internacional – CSI/CSA
Federação Sindical Mundial – FSM
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB
Central Única dos Trabalhadores do Brasil – CUT
Força Sindical – FS
Nova Central Sindical dos Trabalhadores – NCST
União Geral dos Trabalhadores – UGT
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