A postura intransigente da comissão de negociação do Seprosp, que avançou sua proposta para parcos 6,47%, levou o presidente do Sindpd, Antonio Neto, a suspender a negociação salarial na quarta rodada que foi realizada hoje (31). “A ganância e a intransigência da comissão de negociação patronal atingiu o ápice, não deixando outra alternativa para nós além de suspender a negociação. Agora vamos concentrar a mobilização nas empresas, construir acordos coletivos nas empresas em que o acúmulo é maior. Nós estamos muito tranquilos, estamos com estudos e argumentos suficientes para levar o debate aos tribunais”, disse Neto
O encontro desta segunda-feira não durou mais que 20 minutos. Ao ouvir do patronato que a proposta se limitava à reposição da inflação do ano e de que não seriam avaliadas as cláusulas de PLR e auxílio-refeição, o presidente do Sindpd se negou a baixar os índices apresentados na reunião anterior e cobrou mais responsabilidade por parte do Seprosp.
“A categoria não merece o tratamento que está recebendo do sindicato patronal. Não iremos nos sujeitar a esta pressão. Nossas reivindicações são justas, muitas delas já são praticadas no mercado. Os índices que pleiteamos correspondem à inflação e a uma pequena parcela dos lucros angariados pelo setor no ano passado. Vamos agora concentrar nossos esforços para alcançar estas conquistas nas empresas que estiverem dispostas a negociar de forma coerente. Deixamos claro isso na mesa de negociação e as empresas estão cientes que o acordo de banco de horas não está mais em vigor,” destacou o presidente.
O presidente do SINDPD acrescentou que “nós temos maturidade o suficiente para medir as conseqüências dos nossos atos. A categoria está coesa, basta ver nas inúmeras mensagens que recebemos, ninguém acha justo cedermos em nossos ganhos para aumentar ainda os lucros deles. Vamos lutar e defender o que é nosso”, disse.
Antonio Neto lembrou os números alcançados pelo setor e que justificam o pleito do sindicato. “O crescimento do setor tem sido sempre acima do PIB nos últimos anos. Em 2009, faturou R$ 52,8 bilhões, número este que representou um aumento de 9,3% em comparação a 2008. As empresas exportadoras, entre 2004 e 2007, obtiveram um crescimento 53,4% ao ano na receita líquida; o PIB cresceu aproximadamente 7,5%; o crescimento do setor foi, em média, 10% em 2010; A Gartner prevê que as empresas ampliarão seus gastos em TI neste ano; As exportações cresceram 33,3%, ou seja, não existe argumento para eles não concederem um aumento justo”, salientou Neto.
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