Não há previsão de retomada das conversas, sindicato patronal oferece apenas reposição da inflação
São Paulo, 31 de janeiro de 2011 – O Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação) paralisa, nesta segunda-feira (31/01), a negociação salarial dos trabalhadores de Tecnologia da Informação (TI). A decisão atinge cerca de 90 mil profissionais de São Paulo, estado que concentra quase metade da categoria no Brasil. “Os trabalhadores não merecem o tratamento que estão recebendo do sindicato patronal. Nossas reivindicações são justas, muitas delas já são praticadas no mercado. Os índices que pleiteamos correspondem à inflação e a uma pequena parcela dos lucros do setor no ano passado,” afirma Antonio Neto, presidente do Sindpd.
A interrupção das conversas aconteceu na 4a rodada de negociação após o sindicato patronal oferecer 6,47% de reajuste salarial, índice que apenas repõe a inflação do ano passado. Nas rodadas anteriores, todas as propostas do sindicato patronal ficaram abaixo da inflação e foram refutadas as principais reivindicações dos trabalhadores, como Participação em Lucros e Resultados (PLR) e auxílio refeição. “Estamos com estudos e argumentos suficientes para levar o debate aos tribunais. O crescimento do setor de TI tem sido sempre acima do PIB nos últimos anos. Em 2009, faturou R$ 52,8 bilhões, número que representa um aumento de 9,3% em comparação a 2008. O PIB brasileiro cresceu aproximadamente 7,5% em 2010 e o do setor ficou em torno de 10%. A Gartner prevê que as empresas ampliarão seus gastos em TI neste ano. Não existe argumento para não concederem um aumento justo”, salientou Neto.
Agora, o Sindpd vai concentrar sua mobilização nas empresas, abrindo espaço para acordos coletivos. “Nós temos maturidade o suficiente para medir as conseqüências dos nossos atos. A categoria está coesa, basta ver nas inúmeras mensagens que recebemos. Vamos lutar e defender o direito dos trabalhadores de TI,” reitera Neto.
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