Estado de greve continua mas as paralisações permanecem suspensas até sexta (25)
São Paulo, 22 de março de 2011 – Na segunda reunião de conciliação convocada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação) aceita a proposta da procuradora regional do trabalho, Laura Martins Maia de Andrade. O sindicato patronal, por sua vez, afirmou que irá submeter às propostas em assembléia extraordinária e se comprometeu em apresentar um parecer na próxima reunião marcada para sexta-feira (25/03).
Em ata, a procuradora recomenda o reajuste salarial linear de 8,6%, aplicação de vale refeição de R$ 12 em jornada de 8 horas (com o acréscimo de R$ 6 nos casos de jornada superior a este período), obrigatoriedade de implantação de Participação em Lucros e Resultados (PLR) e criação dos pisos de analista e programador. “Podemos afirmar com toda tranqüilidade que a proposta de conciliação do Ministério é muito boa para a categoria. Ela atende as nossas principais bandeiras de reivindicação: aumento real, vale refeição, PLR e inclusão de novos pisos. Nós chegamos ao patamar para fechar acordo. Agora a decisão está nas mãos dos empresários. Ou eles aceitam a conciliação, ou paramos. Não há outra alternativa”, afirma Antonio Neto, presidente do Sindpd.
O Sindpd comunica a categoria que até a próxima sexta-feira as paralisações continuam suspensas. O sindicato assume esta postura a pedido do MPT e tenta exaurir todas as possibilidades de negociação para conquistar as reivindicações dos trabalhadores. Para o presidente do Sindpd, é fundamental demonstrar respeito às instituições. “O patronal tentou passar que a nossa greve era abusiva. Nós deixamos claro que em nenhum momento nós nos negamos a chegar a um acordo ou conciliação. Esta postura responsável e combativa do Sindpd somente reafirma a legitimidade do nosso movimento, seja qual for o caminho que decidirmos trilhar”, declara.
Antonio Neto disse ainda que os trabalhadores continuam prontos para as paralisações. “Caso o patronal não aceite a proposta do MPT, nós vamos parar grandes empresas do setor. Iremos discutir quais companhias prestam serviços essenciais e quais os índices de paralisação nestes setores. Esse debate surgiu após a Prodesp protocolar uma carta pedindo a interferência do Ministério Público sobre o tema”, reitera.
Detalhes da proposta do MP
O primeiro ponto de debate foi o vale refeição. A procuradora fez uma analise sobre as características do trabalho realizado em TI e, tendo em vista essas considerações, propôs R$ 12 de VR para jornada de 8 horas. Em casos de jornadas extraordinárias superiores ao período de 8 horas haverá acréscimo de R$ 6 no benefício. Também foi definida a isenção do direito para jornada de apenas 6 horas e para empresas com até três integrantes ou empregados. No entanto, foi feita uma ressalva para os casos de jornada de 6 horas extrapoladas até 8 horas, que receberiam VR de R$ 12, e acima desta carga horária, R$ 18.
Tendo como parâmetro o desempenho do setor e os reajustes concedidos recentemente a outras categorias, a indicação do MPT foi de aumento salarial linear de 8,6%, que representam ganhos de 2,13% acima do índice da inflação medido pelo INPC/IBGE.
A procuradora também recomendou a criação de piso para programadores, com o valor mínimo de R$ 1.200, e para analistas, com o valor mínimo de R$ 1.800. “Se não houver piso para estes cargos, as empresas podem acabar achatando os salários, pagando como técnico o profissional que tem formação superior”, analisou Laura Martins.
Por fim, houve a recomendação da obrigatoriedade de implantação de PLR.
Cobertura via Twitter
Durante a reunião com o MPT, a equipe de comunicação do Sindpd realizou a cobertura da conciliação em tempo real, via twitter. A iniciativa manteve os trabalhadores informados sobre cada acontecimento da reunião.
Os funcionários da categoria puderam expressar suas opiniões e interagir durante a audiência. O twitter do Sindpd é uma ferramenta que complementa e aperfeiçoa a relação do sindicato com a categoria.
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