Impasse já dura 5 meses. Sindpd acredita que o resultado será favorável à categoria
São Paulo, 13 de maio de 2011 – O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) agendou o julgamento do dissídio coletivo da categoria de Tecnologia da Informação (TI) para o dia 25 de maio. A confirmação oficial aconteceu ontem (12/5), após o processo passar por todos os trâmites internos e chegar às mãos da relatora do processo, desembargadora Maria Isabel Cueva Moraes, que confirmou a data.
Depois dos trabalhadores entrarem em greve, o TRT convocou o sindicato patronal (Seprosp) e o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de TI) para tentar fazer um acordo. Como isso não foi possível, o Tribunal pediu para os trabalhadores retornarem as atividades normais e esperarem o julgamento. Durante esse período, o departamento jurídico do Sindpd acompanhou todo processo. “Nós sempre estivemos presentes em todos os trâmites do dissídio. Nossas reivindicações estão muito bem fundamentadas, mostrando que um aumento real é mais do que justo para os trabalhadores. Estamos confiantes que o resultado será favorável à categoria”, analisa o presidente do Sindpd, Antonio Neto.
O impasse entre Sindpd e sindicato patronal já dura cinco meses. Desde janeiro vêm acontecendo rodadas de negociação, mas não há consenso. No dia 31 de janeiro, as negociações foram interrompidas, sendo que o Seprosp manteve sua oferta de reajuste salarial de 6,47%, índice que apenas repõe a inflação, e além disso, refutou todas as outras solicitações dos trabalhadores.
No dia 12 de março, em assembléia feita na sede do Sindpd, mais de mil trabalhadores de TI do estado de São Paulo votaram para que a categoria entrasse no estado de greve. A partir deste momento, mobilizações de sindicalistas e trabalhadores foram feitas nas principais empresas de São Paulo.
Antes da greve ter início, o Ministério Público do Trabalho tentou intervir. A procuradora regional do trabalho, Laura Martins Maia de Andrade, convidou os dois sindicatos para uma audiência de conciliação e propôs aumento salarial de 8,6% (aumento real de 2,13%), VR de R$ 12 em jornada de 8 horas (com o acréscimo de R$ 6 nos casos de jornada superior a este período), obrigatoriedade de implantação de Participação em Lucros e Resultados (PLR) e inclusão dos pisos de analista e programador.
Porém mais uma vez o Seprosp não aceitou a proposta. Após a rejeição, dois dias de greve afetaram as principais companhias do setor de TI, em São Paulo e no interior, foram comprometidas empresas como Indra, ConnectCom, Fidelity, Bematech, HP/EDS, CPM Braxis, Tivit, Sonda Procwork, Totvs, T-Systems, Prodesp, dentre outras.
Neste momento, o TRT convocou o Sindpd e o Seprosp para tentar encontrar uma solução para a greve. O Tribunal apresentou formalmente a proposta de reajuste linear de 8,05%, Vale Refeição de 10 reais para toda categoria, criação de piso para analista e programador, e também, obrigatoriedade de plano de Participação em Lucros e Resultados (PLR). Mantendo postura inflexível, o sindicato patronal recusou a sugestão da Justiça.
Diante do ocorrido, o TRT pediu que os trabalhadores suspendessem as paralisações e esperassem pelo julgamento do dissídio coletivo. O estado de greve foi mantido, o que garante a estabilidade no emprego até o fim do processo.
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