São Paulo, 30 de Maio de 2011
Fonte: Feittinf
Combater a precarização dos direitos trabalhistas dos profissionais de tecnologia da informação e comunicação, acabar com a “pejotização” e demais sistemas ilegais de contratação; ampliar os direitos; valorizar o profissional e regulamentar a profissão. Estes foram os principais objetivos traçados durante reunião realizada neste sábado (28), em São Paulo, pelos sindicatos de tecnologia da informação de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Alagoas, filiados à Federação Interestadual dos Trabalhadores em Processamento de Dados, Serviços de Informática e Tecnologia da Informação dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Feittinf). Este foi o primeiro grande encontro da direção geral da entidade, que congrega o Sindpd-SP, Settaspoc, Sitepd, Sintipar, Sintinorp e Sindpd-AL.
“A Feittinf já nasceu forte. Foi fundada sob a legitimidade dos maiores sindicatos de TI do Brasil. A unidade destes sindicatos fortalecerá ainda mais a luta dos trabalhadores de TI com o objetivo de perenizar as conquistas trabalhistas para o Brasil inteiro, impedindo a ação predatória das empresas que buscam paraísos desregulados e locais com trabalhadores desorganizados para aumentar os seus lucros através do achatamento dos salários, da supressão dos direitos e da prática de crimes contra a ordem tributária, ou seja, contra o Estado”, destaca o presidente do Sindpd-SP e da Feiitinf, Antonio Neto.
A preocupação dos dirigentes sindicais está embasada na experiência e nos dados dos próprios empresários. Segundo associação das empresas do setor (Brasscom), cerca de 50% dos trabalhadores de tecnologia da informação e comunicação do país estão submetidos a meios ilegais de contratação. Em São Paulo, por exemplo, o sindicato patronal (Seprosp) afirma que existem 42 mil empresas de TI.
Ao mesmo tempo, existem 80 mil trabalhadores na base, o que daria uma média de 2 trabalhadores por empresa. Já o Sindpd possui cerca de 7 mil empresas em seu cadastro, o que sugere a existência de 35 mil trabalhadores, pelo menos, atuando sob a condição de Pessoa Jurídica. “Além de burlar a lei, de acabar com os direitos trabalhistas, de jogar o trabalhador na insegurança, esta situação ainda limita a capacidade de organização dos trabalhadores, pois submete estes profissionais ao sindicato patronal”, disse Neto.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática do Estado de São Paulo (Sindiesp), Abner Teixeira da Silva, tesoureiro da Federação, este encontro foi fundamental e dará uma força ainda maior para os sindicatos lutarem contra esta situação. “Podemos definir os destinos e a organização interna para atuarmos com a federação. Com a criação da Feittinf, iremos dar suporte aos sindicatos filiados conforme as suas necessidades e, com isso, fortalecer ainda mais a nossa luta”, frisa.
O diretor Feittinf, Dirceu Carneiro, destaca que criação da federação será de grande importância para os sindicatos. “Por meio desse encontro podemos ter uma posição de diretrizes para reivindicar junto aos sindicatos e fortalecer o grupo como um todo para dar apoio logístico aos sindicatos integrantes. A Feittinf terá um importante papel que é o de unificar a categoria de informática, trazendo maiores benefícios para os sindicatos”, avalia.
O presidente do Sindicato dos Empregados Técnicos que Trabalham como Analistas de Sistemas, Programadores e Operadores da área de Computação (Settaspoc), Wanderson Alves, vê o encontro como uma forma de aprendizado e estruturamento. “Conhecemos idéias e podemos ver as necessidades das federações e até onde podemos ir. Além disso, traçamos metas de quanto que todos juntos podemos contribuir. A federação lutará pela valorização da categoria como um todo”, relata.
O diretor-presidente do Sindicato de Processamento de Dados de Curitiba e Região Metropolitana (Sitepd), José de Fátima Santos, também analisa como positivo o encontro da federação. “Este encontro teve como ponto destacar a grande força que a federação vai dar para todos os sindicatos filiados a ela. Com a Feittinf iremos ter uma melhora na estrutura das entidades sindicais. Tanto em nível de qualificação quanto em nível nacional junto ao Poder Público”, analisa.
Durante o encontro, os dirigentes traçaram ainda metas de como a federação pode atuar para dar sustentação para os sindicatos, dar elementos e apoiar os trabalhadores para que cada vez mais os sindicatos se fortaleçam e assegurem em suas regiões as melhores condições para os trabalhadores. “A Feittinf tem o papel de dar sustentação para os sindicatos, dar elementos e apoiar os companheiros para que cada vez mais se fortaleçam e assegurem em suas regiões as melhores condições para os trabalhadores. Precisamos criar um piso mínimo para balizar o mercado. Pisos salariais, benefícios, jornadas menores, qualificação, em suma, uma série de benefícios que impeçam a atuação das empresas predatórias. Isso será bom para os trabalhadores, bom para os empresários sérios e fundamental para o país”, afirma Neto.
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