São Paulo, 09 de agosto de 2011
Na oitava edição do jornal do Sindpd, o sindicato detalhou as vantagens e benefícios de um programa bem feito de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Fatores como motivação, empenho, melhora financeira e recompensa pelo trabalho são alguns dos proveitos na implantação do plano de PLR dentro das empresas.
Depois da campanha salarial deste ano e do dissídio coletivo da categoria, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que todas as empresas do setor de TI do estado de São Paulo passem a implantar um plano de PLR – porém, um programa com este ainda é um item que gera algumas dúvidas, principalmente quanto a sua aplicação. Mesmo com o recurso solicitado pelo sindicato patronal no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que termina em meados de novembro, as empresas da categoria estão aderindo cada vez mais a projetos de PLR – tudo com a supervisão do Sindpd.
Quando bem implantada, a PLR pode se tornar uma ferramenta eficaz para aumentar a produtividade das empresas e a motivação dos trabalhadores. Além disso, os empresários conseguem obter algumas vantagens fiscais, como isenção de encargos sociais e desconto no Imposto de Renda. Outro fator que merece destaque é a possibilidade dos empregados terem acesso aos lucros que ajudaram a obter.
Uma das primeiras questões na aplicação da PLR é que ela não pode ser confundida com salário. Desta forma, o pagamento do benefício deve ser realizado em, no máximo, duas parcelas ao ano. Como as metas e lucros de cada empresa são diferentes, cada companhia deve ter um plano adequado a sua realidade. Para que isso ocorra de maneira justa e transparente é necessária a formação de uma comissão composta por 3 empregados eleitos pelos trabalhadores e 3 membros escolhidos pela empresa (empregados ou não). Com o resultado do dissídio da categoria de TI, o prazo para a implementação da PLR é de 60 dias após a publicação do acórdão pelo TRT.
Uma vez eleitos, os membros da comissão tem estabilidade no emprego assegurada por 180 dias. Isso garante ao trabalhador uma negociação livre de pressões por parte da empresa, livrando os funcionários de qualquer mal estar durante o processo de negociação. Passados 60 dias do acórdão, caso a companhia não aplique o plano de PLR corretamente, o trabalhador deve entrar em contato com o sindicato e fazer denúncia, a irregularidade custa por dia mil reais de multa para empresa .
Algumas vantagens da PLR:
• Comprometimento com metas e resultados;
• Aumento do interesse pelos negócios da empresa;
• Remunerar melhor quem tem desempenho superior;
• Reconhecimento pela contribuição à empresa;
• Substituir custos fixos por custos variáveis;
• Não há incidência de encargos trabalhistas e previdenciários;
• A PLR é dedutíveis do imposto de renda da empresa;
• Melhorar a distribuição de renda dos trabalhadores;
• Aumentar a participação dos trabalhadores nas mudanças do processo produtivo;
• Aumentar a produtividade e qualidade dos serviços.
Bom para o trabalhador
O trabalhador é sem dúvida o maior beneficiado com a implantação de PLR nas empresas. Motivação, empenho, melhora financeira e recompensa pelo trabalho, são fatores que estão presentes no cotidiano do funcionário que se participa de um programa bem feito de Participação nos Lucros e Resultados.
Audran Pinto de Magalhães Junior trabalha como analista de outsourcing e recebe PLR há 3 anos. Ele ressalta que o benefício ajuda a compor o orçamento e que melhora o desempenho dele com trabalhador. “É claro que me sinto motivado com a PLR. Esse incentivo me faz crescer dentro dá empresa. O cotidiano de uma companhia é muito desgastante e você precisa de estímulos para sempre querer melhorar dentro do emprego”, analisa.
Além disso, Magalhães acredita que o seu relacionamento com a empresa melhorou muito após a implantação da PLR. “Todos se sentem parte de uma equipe e assim fica mais fácil trabalhar. Até mesmo o relacionamento com o chefe fica melhor, porque todos demonstram mais interesse em fortalecer a empresa”, explica.
Para Magalhães apenas um fator, que envolve PLR, tem que ser analisado com cuidado pelos trabalhadores. Segundo ele, o funcionário não pode contar com esse valor como parte de um orçamento fixo anual e sim como uma bonificação inesperada, porque dependendo do desempenho da empresa o valor da PLR pode ser abaixo do esperado, prejudicando assim o bolso do trabalhador. “Eu tenho um orçamento e a PLR o complementa, porém como a cada ano o valor é diferente não realizo planos antes de colocar a mão no dinheiro”, enfatiza.
Bom para a empresa
A PLR não é apenas um benefício para o trabalhador, as empresas também saem ganhando com um planejamento acompanhado de um programa de PLR. Fatores como motivação dos funcionários e isenções fiscais acabam favorecendo ambas as partes. Porém, muitos empresários só começam agora a perceber o quanto pode ser lucrativo para a companhia quebrar esse preconceito e aplicar o programa.
Foi o caso de Gilson Chbane Bosso, presidente do Grupo Consulters. Antes da vitória do Sindpd na justiça, que tornou obrigatória a PLR para a categoria de TI, Chbane jamais havia pensado em implantar o sistema dentro de sua empresa. “Nunca pensei em PLR. A empresa tem 18 anos e nunca pensei nisso. Na verdade, se soubesse das vantagens para a empresa e para o trabalhador já teria implantado antes”, afirma Chbane.
O Grupo Consulters conta hoje com 420 funcionários e 49 clientes (Porto Seguro, Grupo Amil, Fleury, dentre outras). No início de junho, o Sindpd esteve presente na empresa para uma assembléia com os funcionários, para ratificar o plano. Para Chbane, as melhorias no ambiente de trabalho começaram imediatamente após a reunião. “A motivação do pessoal melhorou muito, a energia positiva das pessoas foi um grande avanço para nós. Os funcionários passam a produzir mais e se importam com o crescimento da empresa”, comemora.
Fora isso, o plano também apresenta outro benefício. Na lógica, empresas que prestam suporte de atendimento para clientes, como é o caso do Grupo Consulters, tem um número muito alto de demissões mensais e rotatividade de funcionários. Segundo Chbane só o custo de rescisão mensal de 20 pessoas gira em média no valor de R$20 mil, se a empresa apresenta vantagens que aproximem o trabalhador da companhia, com é o caso da PLR, a rotatividade diminui e consequentemente o prejuízo da empresa é menor. “Só com este fator, se imaginarmos a economia anual que faremos, já pagamos a PLR para os funcionários.
Comissão de Funcionários
Está previsto em lei que as empresas, ao implantarem um plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), precisam eleger uma comissão de funcionários, anualmente, para fiscalizar as metas, as estratégias e desenvolvimento da companhia. Geralmente esta comissão é eleita pelos trabalhadores da empresa – com supervisão do sindicato e da área de recursos humanos.
O intuito é estreitar a relação dos trabalhadores com o crescimento da companhia. Os membros da comissão precisam ter um bom relacionamento com os funcionários e acima de tudo precisam estar à disposição para sanar dúvidas e dar explicações sobre a estratégia de PLR adotada na empresa. A comissão não tem número de pessoas pré estipulado, isto varia conforme a dimensão da empresa.
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