Em reunião com Dilma em Brasília sindicalistas discordam de política econômica
Brasília, 29 de agosto de 2011 – As centrais sindicais se reuniram, hoje (29) pela manhã, no Palácio do Planalto em Brasília, com a presidente Dilma Rousseff para debater os horizontes da política econômica do país. Segundo Dilma, a estratégia para enfrentar os desdobramentos da crise mundial será diferente da aplicada em 2008, quando houve ampliação do gasto público, incentivos fiscais e maior oferta de crédito. Agora, o governo federal quer cortar despesas e o aumentar o superávit primário brasileiro.
O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, argumentou na reunião que “o gasto público não precisa baixar quando a arrecadação está aumentando” e disse que o verdadeiro problema da economia nacional “são os juros estratosféricos que favorecem a especulação financeira e penaliza a produção”, afirma Neto.
Além disso, Neto analisa que a estratégia do governo é aumentar o superávit primário por meio de verbas extras – como o dinheiro destinado ao fundo soberano – e não pelo corte no orçamento. “Chegou a hora do Brasil enfrentar o problema de frente, precisamos estancar o dinheiro que vai para o mercado financeiro e tornar o mercado nacional mais competitivo”, frisa.
As centrais sindicais reafirmaram as reivindicações dos trabalhadores, destacando a importância do fortalecimento do mercado interno e da disponibilidade de crédito para o desenvolvimento da economia. A presidente Dilma garantiu que não haverá cortes nos investimentos sociais e que a intenção do governo é aplicar estas medidas restritivas para depois reduzir a taxa de juros.
O representante da CGTB ainda propôs o fortalecimento do Ministério do Trabalho e Emprego para garantir maior fiscalização e empenho contra as terceirizações ilegais e ao trabalho escravo. “O Ministério do Trabalho precisa de mais musculatura para combater as irregularidades que acontecem com os trabalhadores, não podemos permitir que casos como o da Zara se repitam”, completa Neto.
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