Copom se reúne hoje (31) para definir o índice para os próximos 45 dias
São Paulo, 31 de agosto de 2011 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define hoje (31) a taxa básica de juros, a Selic. Com o índice atual de 12,5%, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos países com juros mais altos – só perde para a Venezuela. Se levarmos em consideração a taxa de juros reais – taxa básica de juros descontada a inflação – a situação se agrava ainda mais. O Brasil, com 5,7%, lidera com folga taxando quase o dobro que a Hungria, segunda colocada na lista de juros reais.
Para o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, a política da equipe econômica do governo precisa ser alterada. “É um distorção muito grande, que permite uma enxurrada de capital financeiro especulativo e prejudica o setor produtivo”, analisa.
A boa saúde financeira e o equilíbrio fiscal somados a estabilidade da inflação brasileira tornam o patamar da Selic ainda mais difícil de explicar. “A relação entre a dívida e o PIB do Brasil está perto de 40%, é uma das melhores do mundo. Os Estados Unidos e muitos países europeus têm dívidas superiores a 100% do PIB. O Brasil tem crescimento econômico e balança comercial favorável. A cada dia fica mais evidente que a decisão deixou de ser técnica, o Banco Central não tem motivos nem evidências para sustentar os maiores juros reais do mundo. Se reduzíssemos o índice pela metade ainda estaríamos no mesmo patamar que a Hungria”, avalia Neto.
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