“Estamos vindo de uma trajetória acentuada de reajustes acima da inflação desde 2008. Devemos isso a três principais fatores. O primeiro é o fortalecimento das entidades sindicais, que estão cada vez mais organizadas e maduras no processo de negociação. A recuperação do salário mínimo, que ganhou força nos últimos anos e ajudou a elevar os pisos salariais, também contribui para esse resultado. E, por último, o mercado de trabalho aquecido e a falta de mão de obra qualificada, principalmente na indústria e no setor de serviços. A consciência da necessidade do aumento real anualmente é algo já consolidado e o país continuará seguindo essa trajetória até que os salários alcancem padrões satisfatórios e justos”, afirma Antonio Neto.
A categoria de Tecnologia da Informação foi uma das 94,6% que obtiveram reajustes maiores do que a inflação medida pelo INPC/ IBGE em 2012. A negociação resultou em aumento real de 1,4%. Os pisos subiram até 9,1%. Foi instituída também a obrigatoriedade de negociação de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para empresas com mais de 50 funcionários. Já o Vale Refeição (VR) foi firmado em R$10 para profissionais com jornada de oito horas em firmas com mais de 100 de empregados.
“As negociações de 2012 refletiram a economia de 2011. O cenário neste ano é outro. Na negociação da categoria de TI, por exemplo, realizada em janeiro, já sentimos a resistência maior dos empresários. O baixo crescimento econômico foi a principal alegação da parte deles para um reajuste que não ultrapassasse a inflação. Ainda assim, saímos da mesa com aumento real nos salários, reajuste no VR, no auxílio-creche e de até 9,4% nos pisos”, ressalta o dirigente.
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