A direção do Sindpd se reuniu nos dias 26, 27, 28 e 29 de junho, no Atibaia Residence Hotel,  para debater o planejamento estratégico do sindicato. O "Seminário Minha Missão, Nossa Conquista!" promoveu discussões, palestras e atividades com o objetivo de traçar estratégias que garantam aos trabalhadores de TI benefícios condizentes com o bom momento vivido pelo setor.  Um dos principais temas abordados foi a luta para garantir aos profissionais uma parcela do lucro gerado pelo seu trabalho, por meio da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR). 

O presidente do Sindpd, Antonio Neto, propôs aos diretores do sindicato uma profunda reflexão sobre o atual momento econômico, político e social do país. Ele trouxe para o debate a questão da onda de protestos que reivindica melhor qualidade de transporte público e redução de tarifas, além disso reforçou o apoio do Sindpd nas ações que as principais centrais sindicais, entre elas a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), organizam para o próximo dia 11 de julho. "A diretoria está preparada para mobilizar a categoria e exigir melhor desempenho nos serviços públicos e privados. Vamos ampliar os direitos dos trabalhadores de TI de todo o estado de São Paulo e do Brasil", disse Neto.

O seminário foi organizado pela empresa Pontua que elaborou diversas atividades durante os quatro dias do evento. Exercícios que estimulavam o trabalho em equipe, companheirismo e liderança fizeram parte do treinamento. 

Confira também um resumo das palestras e do filme que os diretores assistiram:

Duas palestras foram organizadas com o objetivo de reciclar o conhecimento dos diretores e promover a reflexão sobre temas do cotidiano. As palestras mexeram com os sentimentos dos participantes, cada uma de forma distinta. Na primeira, o atleta paraolímpico Anderson Lopes arrancou lágrimas dos presentes ao falar sobre superação. Já a segunda, provocou uma reação oposta. De forma leve e alegre, o professor João Roberto Gretz falou sobre a força do entusiasmo para superar barreiras. Confira:

No dia 28 de junho, o medalhista paraolímpico Anderson Lopes falou sobre a força da superação. Ele nasceu com paralisia cerebral que deixou sequelas do lado direito do seu corpo. Em uma apresentação que emocionou todos os participantes, Anderson mostrou que nunca desistiu de seus objetivos e por isso superou limites profissionais e pessoais. Uma atividade desafiadora foi proposta pelo palestrante, ele convidou cada um dos presentes a se colocar no lugar dos deficientes físicos, imaginando-se dependentes de uma cadeira de rodas e desprovidos de algum de seus membros ou sentidos. 

Para demonstrar na prática as dificuldades encontradas pelos deficientes físicos, Anderson chamou os diretores Pedro Luiz Saldanha e Elcio Carlos Borba para disputar um jogo de futebol para cegos. Com olhos vendados e orientados apenas pelo barulho de sino que a bola faz, os diretores que estavam frente a frente não conseguiam tocar a bola um para o outro. "Foi uma experiência inusitada. Estamos acostumados a jogar utilizando todos os nossos sentidos, com os olhos tapados perdemos totalmente a noção de espaço", disse o Elcio. 

O medalhista paraolímpico, que também faz parte da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), falou sobre a inserção de deficientes físicos no mercado de trabalho. Para ele, a Lei 8.213/91, que prevê cotas para deficientes, está ampliando oportunidades. "Diferente de 10 anos atrás, o mercado para o deficiente no Brasil está em expansão. A atuação do Ministério do Trabalho na vistoria de empresas, principalmente nas com mais de 100 funcionários, tem contribuído muito", disse Anderson. Ele ainda afirma que muitas companhias reclamam da falta de profissionais para cumprir a lei, no entanto elas não se preocupam em contribuir com a formação. "Existem muitos deficiente querendo emprego, mas faltam programas específicos de qualificação profissional. Em empresas mais conscientes já conseguimos observar o resultado de um bom planejamento. Conheço diversas pessoas que com uma boa oportunidade conseguiram subir na carreira e hoje ocupam grandes cargos dentro das organizações. A empresa trabalha com capital, mas também tem que ser sensível para trabalhar com o ser humano", finalizou o palestrante. 

Na manhã de 29 de junho, os diretores do Sindpd ainda se organizavam para o início de mais um dia do "Seminário Minha Missão, Nossa Conquista!" quando, ao abrirem as portas do auditório, surgiu repentinamente o palestrante. Com cabelo roxo e a alegria que o fez ganhar quatro vezes o prêmio Top of Mind Estadão, ele invadiu a sala para falar sobre o poder do entusiasmo. 

Pontualmente às 8h30 da manhã, o professor Gretz literalmente levantou o público para demonstrar, na prática, a força da motivação. Como transformar problemas em oportunidades, como melhorar a qualidade de vida e profissional foram alguns dos temas abordados. De forma bem humorada e descontraída, o palestrante transmitia lições e ensinamentos mostrando que com dedicação e perseverança é possível transpor qualquer tipo de barreira.  Uma mistura de standup e aula, assim podemos definir a apresentação de Gretz.

"Segundo o Dicionário Aurélio, entusiasmo quer dizer: exaltação ou arrebatamento extraordinário daqueles que estavam sob inspiração divina. Veemência no falar ou no escrever. Exaltação criadora, inspiração, admiração, dedicação ardente, ardor, paixão, viva alegria. Temos que ter isso em nossas vidas sempre!", disse Gretz. Ao final da apresentação todos os diretores receberam os livros "Voando como águia" e "Mulher não fala, mulher pensa alto", de autoria de Gretz, que autografou cada uma das obras. 

Com o intuito de promover um debate sobre questões que refletem direta ou indiretamente na vida de todos os trabalhadores, a diretoria assistiu ao filme "A Dama de Ferro".  A obra conta a trajetória da ex-Primeira Ministra britânica Margaret Thatcher, que comandou o Reino Unido de 1970 até 1990.

Durante a recessão econômica causada pela crise do petróleo no fim da década de 70, a líder política tomou medidas reacionárias, com o objetivo de recuperar o país. Porém, elas não foram suficientes para evitar o aumento no número de desempregados, que passou de 1,3 milhão em 1979 para mais 3 milhões em 1982. Os sindicatos, como representantes dos trabalhadores, tentavam defender as categorias para evitar demissões em massa e o que mais pudesse prejudicar os ingleses, enquanto o governo combatia duramente as ações das organizações trabalhistas. Pela intransigência e a falta de diálogo com a massa popular, Margaret Thatcher recebeu o apelido de "dama de ferro".

Ao final da apresentação, o presidente Neto conduziu as discussões sobre a política adotada por Thatcher e o reflexo das medidas tomadas pela comandante na vida dos britânicos. A comandante era uma das defensoras de uma linha política neoliberal que, basicamente, defende a privatização de empresas estatais; abertura da economia para entrada de multinacionais; aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico; e defesa dos princípios econômicos do capitalismo. Um sistema que prioriza o capital e deixa de lado o caráter social do estado.