A greve e a mobilização do Sindpd – com expressivo respaldo e participação dos trabalhadores de TI de São Paulo – asseguraram uma conquista histórica para a categoria em decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), conforme acórdão publicado em 11 de julho último. 

Além de representar uma reposição salarial plausível e a coletivização de direitos negados a uma parcela da categoria, a decisão do TRT de aplicar para todos o conteúdo acordado com 546 empresas representa uma base mínima de direitos a ser cumprida, fato que dificulta, inclusive, a ação de empresários predatórios que estão ficando bilionários à custa da exploração dos trabalhadores.

Recentemente, o Seprosp divulgou uma circular afirmando que recorrerá de todos os itens conquistados por nós, insistiu na tese derrotada no Tribunal sobre a não validade dos 546 acordos firmados e instigou as empresas a apostarem no escuro, se negando a cumprir a decisão judicial.

Não questionamos a pretensão de uma pequena parcela do patronato em recorrer da decisão, nem mesmo a sua posição intransigente em mostrar que está pouco se lixando para o bom desempenho do setor.

Contudo, cabe a nós destacar que é um erro estimular as empresas a criar uma situação insustentável com seus próprios funcionários, pois estarão demonstrando cabalmente a falta de escrúpulos e responsabilidade com quem chamam de "colaboradores". 

Além disso, é um desatino acumular um passivo que, mais cedo ou mais tarde, terá que ser pago. Por isso, caro empresário, mostre a seus trabalhadores que os valoriza e que não comunga desta posição estapafúrdia.

Nosso papel é lutar. Esse é o nosso caminho e assim sempre será. Primeiro no campo jurídico, fazendo valer a nossa conquista, lutando nos tribunais para impedir retrocessos ou manobras. Ingressando com ações de cumprimento para que as empresas que não valorizam seus trabalhadores cumpram com suas obrigações, pagando cada centavo devido.

Segundo, defendendo o que é nosso através da união e mobilização. Como é possível observarmos neste processo, nada nos será dado, tudo precisa ser conquistado e, portanto, cabe a nós ampliarmos a mobilização, utilizando ou negando a nossa força de trabalho a quem somente quer nos explorar.

Por isso, caso a sua empresa se negue a aplicar os seus direitos, denuncie ao Sindpd, ajude a organizar seus colegas para promovermos protestos, mobilizações e paralisações em busca do cumprimento da decisão judicial.

Vamos à luta!