Na noite de terça-feira, 9, o Sindpd promoveu nova edição da Sessão Pipoca. Desta vez, diretores, funcionários e colaborados do Sindicato puderam assistir ao contundente documentário de Michael Moore intitulado Capitalismo: uma história de amor (2009).
Vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza no mesmo ano de seu lançamento, a obra evoca o espírito crítico do diretor sobre o mais devastador dos sistemas socioeconômicos, cujo eixo central – a obtenção do lucro sobre qualquer circunstância – levou a ganância a um patamar quase irrefreável.
Em Capitalismo: uma história de amor é apresentado ao espectador os efeitos da crise financeira de 2008, que, respeitadas as devidas proporções, arrasta-se até os dias atuais. Sob a ótica das famílias estadunidenses de classe média, a grande proeza do filme é dar nome e voz aos trabalhadores anônimos que sofreram, e sofrem, com as consequências deste jogo econômico sintetizado por Moore como: "o capitalismo dá, mas o capitalismo toma".
Ao longo do filme, o diretor denuncia as várias articulações de um sistema perverso que não hesita em tirar dos menos afortunados para beneficiar parcelas mínimas, mas poderosas, dentro da hierarquia social. Do retrato triste de famílias inteiras sendo despejadas por não terem como arcar com as dívidas até as ações de multinacionais que oferecem seguro de vida aos funcionários – para que em situação de falecimento se tornem os próprios beneficiários -, o documentário oferece perspectiva elucidadora sobre este modelo econômico ao traduzi-lo da seguinte maneira: "o capitalismo é um mal. Não se pode regular o mal. Temos que eliminá-lo e construir algo que seja bom para todos", diz Michael Moore.
No final da exibição, quando do debate sobre o longa-metragem, o presidente do Sindpd, Antonio Neto, destacou a importância dos movimentos sindicais para proteção e manutenção dos direitos da classe trabalhadora. "A grande mídia, que ao longo dos anos tem servido aos interesses de grandes corporações, deturpa as ações e projetos daqueles que defendem os interesses dos trabalhadores. Por incrível que pareça, a sociedade moderna ainda sofre com a desinformação, e é ela que estimula a inércia à mudança", ponderou Neto.
Para o presidente, a cultura do american way of life (jeito americano de viver, em livre tradução) oferece à população breve ilusão de que todos lucram das mesmas oportunidades para obter o sucesso, já que se esquece de salientar que o capitalismo não oferece condições iguais. "O nosso papel, enquanto representante dos trabalhadores, é justamente o de por luz à necessidade de resistir às imposições de um sistema que massacra o povo em benefício de uma aristocracia. Ao longo desses 30 anos, sempre nos erguemos contra todas as tentativas que buscam subtrair ou flexibilizar as conquistas do trabalhador brasileiro. Afinal, o capitalismo não tem amigos, mas interesses", finalizou o dirigente.
"Este filme é muito importante para o atual cenário brasileiro, quando surge a proposta de dar independência ao Branco Central. O que se propõe é justamente importar o sistema americano, que é dominado pelos monopólios financeiros. Este modelo já mostrou a sua face cruel e destrutiva. Não o queremos no Brasil e vamos lutar para afastar este projeto do nosso país", disse Neto.
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