"A crise que vivemos é resultado da decisão que os Estados Unidos tomaram de desregular no limite extremo a economia, e isso afetou todo o mundo. Exemplificando, a crise norte-americana afetou a Europa e atingiu a China. O maior mercado comprador do Brasil é a China, depois Estados Unidos, Mercosul e Europa, ou seja, o esfriamento da economia norte-americana atingiu, sim, o Brasil e é o resultado desse efeito dominó causado pelas políticas neoliberais que estamos enfrentando. A crise de 2008 é quatro vezes pior que a crise da quebra da bolsa de valores de 1929", explicou Gomes.
"Os problemas econômicos que enfrentamos não vem do governo só de agora, é resultado de um desequilíbrio nas contas que ocorre há anos. O Brasil paga por ano hoje 12 bilhões de contas em royalties por uso de tecnologias que importamos. O País tem um buraco de 100 bilhões de dólares no ano. Isso porque a demanda por dólar no Brasil é muito grande e a oferta muito baixa, por isto o preço do dólar está alto", conta Gomes.
Além disso, ele explica que o diesel é petróleo, então se sobe o câmbio, sobe o preço do diesel e isto afeta o transporte. "Esta é uma das razões da inflação que estamos assistindo no Brasil. A energia elétrica tem relação com o câmbio", afirma o político.
Na palestra, Ciro Gomes defendeu a democracia e soberania brasileira como soluções para a crise. "A política e a reforma política são as únicas formas de mudar o cenário econômico que vivemos. O descontrole da economia e fragilidade política que vivemos têm fortalecido a crise e muito. Nós temos que defender o mandato da presidente Dilma Rousseff, porque, mesmo que a presidente faça um mau mandato, é fundamental defender a democracia, pois no presidencialismo o mandato é nosso, do povo. Caso haja o impeachment, teremos pelo menos 20 anos de democracia comprometidos. Existem caminhos para resolver o problema brasileiro, e ele começa pela baixa dos juros, pela não interefência no valor do dólar pelo governo, além de investir na criação de tecnologia nacional. E temos que fugir desse discurso moralista. A gente não pode confundir a política com novela moralista. A gente tem que se concentrar em emancipar o Brasil", concluiu.
Veja aqui a apresentação na íntegra:
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