No último sábado, 12, trabalhadores de diferentes regiões de São Paulo compareceram à sede do Sindpd para discutir e deliberar sobre quais reivindicações devem nortear as negociações da Campanha Salarial 2016. A categoria, cuja Convenção Coletiva de Trabalho é considerada uma das quatro melhores do País, aprovou, por maioria massiva de votos, a composição da pauta.
Ao todo foram realizadas 14 assembleias de pauta em todo o estado (Araçatuba, Araraquara, Assis, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Jundiaí, Ribeirão Preto, Sorocaba, Bauru, Santos, São José dos Campos, Marília, Campinas e na sede em São Paulo). Mais de 4 mil profissionais compareceram à discussão e aprovação da pauta de reivindicações, por aumento real e ampliação dos benefícios consolidados na Convenção Coletiva de Trabalho.
De acordo com o presidente, além da luta por aumento real e reajustes dignos, a intenção do Sindicato é consolidar culturas recém-incorporadas à Convenção, como a Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), e a garantia de vale-refeição (no valor mínimo de R$20 para jornada de oito horas, e R$ 15 para a de seis) a toda a categoria (a partir de 1º de janeiro de 2016). Para a campanha do próximo ano, também volta à discussão a exigência de plano de saúde 100% subsidiado pelas empresas, sem qualquer ônus para os trabalhadores, bem como o prazo de licença-maternidade de 180 dias. Ao todo, mais de 14 cláusulas têm proposta de alteração, e cinco novos itens terão sua inclusão na CCT pleiteada (auxílio-alimentação, bolsa estudo, Dia do Profissional de TI, vale-cultura, quinquênio).
Consciente das projeções econômicas para o novo ano, Neto reafirmou a importância de romper com o pessimismo do patronato para conseguir realizar uma campanha bem-sucedida. "Este ano tem causado muita agitação por conta das crises políticas, econômicas e fiscais pelas quais o Brasil está passando. Sabemos que o empresariado utilizará o velho argumento da cautela para barrar nossas propostas. Mas é preciso ter certo que, mesmo diante da crise, o setor de Tecnologia da Informação continua crescendo, aliás, cresceu mais do que todas os demais segmentos econômicos. O Estado de São Paulo continua sendo o mais forte do setor na geração de emprego e renda", destacou o presidente.
Em recente levantamento elaborado pela subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) do Sindpd, o segmento de TI injetará, com o pagamento da segunda parcela do 13º, cerca de R$ 966,7 milhões no Estado. O número representa 2,5% do valor total do benefício de todo o conjunto dos empregados dos setores público e privado, com carteira assinada, da região. Outros dados, como os da movimentação do emprego em São Paulo (+2707 novos postos apenas de janeiro a agosto deste ano), os mais de 1250 acordos de PLR firmados e as projeções de crescimento para o setor (de até 7,5%, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Software – Abes) dão fôlego, segundo Neto, para a categoria exigir suas demandas.
"Vamos sentar na mesa de negociação com uma perspectiva boa para o setor. Sabemos que será uma Campanha Salarial difícil, mas vamos ter muita responsabilidade ao dialogar. Levaremos ao patronal uma pauta enxuta, bem definida, para que o processo negocial possa avançar", declarou.
Na ocasião, a categoria também aprovou a manutenção da contribuição assistencial – cujo índice tem sido mantido desde 2002 (1% limitado a R$ 15 reais para sócios e de 1% limitado a 30 reais para não sócios) -, a aplicação de taxa negocial para os acordos de PLR (6% limitado a R$ 240 reais), a ser cobrada dos profissionais que se opõem à atividade sindical. Ao final da assembleia, os profissionais autorizaram a diretoria do Sindicato para deliberar sobre as negociações com o patronato para celebrar Acordo, Convenção Coletiva e/ou suscitar Dissídio Coletivo.
A pauta final será apresentada ao sindicato patronal no início de janeiro e poderá ser conferida integralmente no site do Sindpd nos próximos dias.
Categoria unida, sindicato forte
A assembleia encerrou-se com a entrega dos 21 prêmios sorteados na 19ª SindpdFest. Embora ainda emocionados, alguns trabalhadores expressaram suas perspectivas para a negociação do próximo ano. "Acredito que vai ser difícil pela resistência das empresas, mas não para a Justiça que, com certeza, nos dará ganho de causa", afirmou Wladimir Rovai, funcionário da Prodesp e ganhador do carro 0km. Para ele, "o mercado de TI é um mercado crescente, em constante ascensão, e as empresas precisam reconhecer o valor do trabalhador".
Vanessa Ribas, da Fidelity de Jundiaí e ganhadora do Notebook, ressaltou a importância de estabelecer a taxa negocial de acordo de PLR. Segundo afirma, "está todo mundo lutando, contribuindo, e é injusto quem não contribui ganhar", disse.
Funcionária do Serpro e sorteada para receber o Iphone 6, Helena Clarice Felíc Pedro Issagawa mencionou a união entre categoria e sindicato como elemento fundamental para superar os desafios da negociação. "Acho que vai ser muito difícil, mais do que nos outros anos. Mas junto com o Sindpd, nos dando forças, vamos conseguir". A opinião foi avalizada por Renata Gabriela Alves, da Lemontech, ganhadora de uma das bicicletas. "É importante esta aproximação dos associados para poder lutar junto, entender melhor e até exigir da empresa o que está sendo discutido aqui", finalizou.
Clique aqui e veja a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2016.
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