Após o impasse na mesa de negociação com o setor patronal, a diretoria do Sindpd decidiu nesta quinta-feira (2) dar início à montagem da estratégia para encaminhar a Campanha Salarial 2017 para o dissídio de greve. Reunidos na sede do Sindpd, os diretores definiram que, diante da insistência do segmento empresarial em tentar achatar salários e enfraquecer a Convenção Coletiva de Trabalho, o Sindicato manterá a sua posição firme em defesa dos direitos dos profissionais de TI.
A estratégia definida pelo Sindicato prevê duas frentes que ocorrerão de forma paralela. De um lado, o Sindpd pretende iniciar os preparativos para a convocação de assembleias de greve nas quais a categoria será ouvida de forma transparente e democrática. Além disso, a diretoria vai abrir negociações diretas com empresas interessadas em firmar acordos individuais.
Falando aos diretores do Sindicato, o presidente do Sindpd, Antonio Neto, ressaltou que a sinalização de uma possibilidade de greve não está ligada apenas à questão salarial, mas também à valorização de toda a categoria. “Não é por 20 centavos. É por respeito, dignidade e valorização”, sentenciou Neto.
Relembre a negociação
A Campanha Salarial 2017 chegou à situação atual por causa da intransigência do patronato, que mesmo após sete rodadas de negociação pouco se movimentou para atender às reivindicações do Sindicato.
Na sétima mesa de conversações, ocorrida na última quinta-feira (23), os patrões apresentaram uma oferta de reajuste de 6,29%. A proposta só chegou a esse patamar depois de muita pressão da diretoria do Sindpd. Antes, a comissão patronal estava insistindo em fatiar o reajuste em duas parcelas ao longo do ano, posição que foi duramente rechaçada pelo presidente Antonio Neto.
No entanto, como a oferta patronal ainda não chegou ao nível pleiteado pelo Sindpd, que defende a correção integral da inflação acrescida de aumento real, o Sindicato decidiu suspender as negociações e se preparar para a mobilização da categoria.
Sem retrocessos
Na reunião desta quinta-feira, a diretoria do Sindpd também ressaltou que, além da questão salarial, continuará empunhando outras bandeiras importantes, como a ampliação do vale-refeição e do auxílio-creche e a defesa da PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados), benefícios que foram conquistados com muita luta nos últimos anos graças à atuação incansável do Sindicato em defesa dos trabalhadores.
“São avanços que garantimos com muitas batalhas, incluindo duas greves. Deixamos isso muito claro para o patronato em todas as mesas de negociação das quais participamos: não vamos aceitar retrocessos. Nosso Sindicato foi construído com a força das lutas e a união dos trabalhadores. Estamos preparados para esse embate mais uma vez”, completou Neto.
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