Ao invés de esperar anos para finalmente aproveitar a aposentadoria, muitos jovens da Geração Z estão adotando a chamada “microaposentadoria”, intervalos planejados entre empregos para viajar, explorar novas paixões e preservar a saúde mental.
Esse conceito, popularizado nas redes sociais, reflete uma mudança de mentalidade dessa geração. “Os jovens priorizam a saúde mental, o crescimento pessoal e experiências significativas, em vez de se concentrarem apenas na longevidade e progressão da carreira”, afirma Guy Thornton, fundador da plataforma online Practice Aptitude Tests.
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A “microaposentadoria” é uma pausa intencional na trajetória profissional, diferente de um simples período de desemprego. A ideia é planejar financeiramente esses intervalos, permitindo que os jovens façam cursos, viajem ou simplesmente descansem antes de assumirem novos desafios.
A inspiração vem, em parte, das gerações anteriores. Muitos viram seus pais e avós dedicarem anos ao trabalho e, ao chegar à aposentadoria, não conseguiram aproveitá-la por questões de saúde ou instabilidade financeira. Além disso, os anos perdidos na pandemia reforçaram a necessidade de valorizar o presente.
“As redes sociais amplificam o desejo de aproveitar oportunidades e criar memórias marcantes no momento presente, seja explorando o mundo, desenvolvendo hobbies ou se dedicando a projetos pessoais enquanto ainda têm energia e capacidade física”, destaca Thornton.
Uma pesquisa com 6.000 pessoas feita nos Estados Unidos apontou que 45% dos entrevistados esperam continuar trabalhando após se aposentaram. No Brasil, com frequência, vemos aposentados seguirem no mercado de trabalho para complementar a renda.
“Esses dados mostram que as pessoas estão cada vez mais conscientes de que podem trabalhar até os 70 anos ou mais, e por isso estão planejando descansos periódicos ao longo da carreira, em vez de deixar todo o lazer para a terceira idade.”, diz Thornton.
Enquanto a Geração Z adota pausas estratégicas, os Baby Boomers estão retornando ao mercado de trabalho. O aumento do custo de vida, o desejo de manter um propósito e a valorização da experiência profissional são alguns dos fatores que impulsionam essa tendência.
Shanna Milford, líder de RH da IRIS Software Group nos EUA, ressalta que os aposentados trazem uma vantagem competitiva para as empresas. “Eles costumam precisar de menos treinamento e podem preencher funções críticas com sua vasta experiência”, diz.
“Em setores com escassez de mão de obra, como a contabilidade, onde 75% dos profissionais atingiram a idade de aposentadoria em 2020, isso é extremamente vantajoso. Além disso, os aposentados trazem um conhecimento institucional inestimável e são excelentes mentores para os mais jovens, auxiliando na formação de líderes e contribuindo em projetos estratégicos.”
Com duas gerações diferentes convivendo no mercado de trabalho, as empresas precisam repensar suas estratégias para criar ambientes inclusivos. Isso inclui combater o etarismo, oferecer treinamentos tecnológicos para profissionais mais velhos e flexibilizar benefícios para atender a diferentes necessidades.
(Com informações de Forbes)
(Foto: Reprodução/Polina Tankilevitch-Pexels)