Big Tech – Enquanto gigantes da inteligência artificial enfrentam volatilidade no mercado, a Palantir surge como um dos maiores fenômenos de valorização na bolsa. Nos últimos seis meses, suas ações dispararam mais de 340%, impulsionadas por contratos estratégicos e uma narrativa cada vez mais alinhada com o novo governo dos EUA.
Fundada em 2003 por Peter Thiel, a empresa sempre se destacou pelo seu caráter enigmático e pelas conexões com órgãos de segurança americanos. Seu software, voltado para análise massiva de dados, começou com promessas de combate ao terrorismo e hoje se posiciona como peça-chave na automação de decisões estratégicas para governos e comparações.
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Com Donald Trump de volta à presidência dos EUA e com Elon Musk assumindo um papel central em políticas tecnológicas e militares, a Palantir se prepara para um novo ciclo de crescimento. Sua relação com o Pentágono e outras agências de defesa já a consolidou como um dos principais fornecedores do governo americano, com um contrato recente de US$ 400 milhões com o Exército dos EUA.
“Amamos disrupção – e tudo aquilo que é bom para os EUA será bom também para a Palantir”, afirmou Alex Karp, CEO da empresa. “a disrupção expõe coisas que não estão funcionando. Haverá altos e baixos. É uma revolução. Algumas pessoas terão suas cabeças decepadas. Esperamos ver coisas surpreendentes – e sair ganhando”.
Apesar do forte vínculo com os EUA, a Palantir também cresce no mercado internacional. Seu contrato de US$ 415 milhões com o NHS, no Reino Unido, reforça a aposta em soluções para gestão pública. Durante a pandemia, seus sistemas ajudaram a monitorar o avanço da Covid-19 e a organizar a vacinação, demonstrando seu potencial além do setor militar.
Entretanto, a expansão da empresa gera questionamentos éticos. Seu envolvimento com a Immigration and Customs Enforcement (ICE) levanta críticas sobre o uso de tecnologia para políticas migratórias restritivas. Além disso, a proximidade com a administração Trump e sua postura abertamente pró-Ocidente geram debates sobre o papel da tecnologia na geopolítica global.
No último trimestre, as receitas oriundas de contratos com o governo cresceram 45%, enquanto as do setor público internacional subiram 28%. Para o próximo ano, a expectativa é de um faturamento de US$ 3,75 bilhões.
Ainda assim, analistas questionam se a valorização é sustentável. A ação negocia a mais de 60 vezes seu faturamento, o maior múltiplo entre todas as empresas do S&P 500. O Jefferies, por exemplo, elevou seu preço-alvo para US$ 60, mas alertou sobre um possível descolamento da realidade, sugerindo que o crescimento precisa superar as projeções para justificar os números atuais.
A Palantir já superou grandes nomes, como RTX (antiga Reytheon) e Lockheed Martin em valor de mercado, consolidando-se como a empresa mais valiosa entre as grandes fornecedoras do setor de defesa.
(Com informações de Brazil Journal)
(Foto: Reprodução/Freepik)