Golpes do Pix – O Pix se tornou o principal meio de transações financeiras entre brasileiros após o seu lançamento, em 2020. Porém a sua principal vantagem, que é a facilidade com que são realizadas tais transações, acabou chamando a atenção de criminosos e deu início a uma nova modalidade de crimes, os chamados golpes do Pix.
Em um relatório publicado pela Siverguard, empresa brasileira de cibersegurança, foi averiguado que 4 em cada 10 pessoas no Brasil já sofreram algum tipo de golpe envolvendo o Pix. Eles consistem em enganar a vítima para transferir dinheiro para uma determinada conta.
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De acordo com a pesquisa, que ouviu 1.900 brasileiros, os 5 principais golpes são: produto ou loja falsa (22%), falso parente pedindo dinheiro (20%), falsa oportunidade de investir ou multiplicar dinheiro (18%), compra de produto de uma rede social hackeada (12%) e falsa central de atendimento/gerente (9%).
Golpe do produto ou loja falsa
Esse tipo de golpe consiste na criação de anúncios de produtos que não existem. Tais ofertas são publicadas em páginas de site ou redes sociais, principalmente Instagram, e geralmente oferecem preços muito abaixo do praticado no mercado para produtos semelhantes.
Recusando modalidades como boleto ou cartão de crédito, o pagamento é sempre feito via Pix.
É importante sempre verificar a reputação da empresa e checar a URL do site para saber se condiz com o que aparece no anúncio para se proteger desse tipo de golpe.
Golpe do suposto parente pedindo dinheiro
Nesse método de fraude os golpistas clonam o número de WhatsApp da vítima, acessam os contatos da agenda e pedem dinheiro a pessoas de confiança.
Os criminosos pedem valores alegando que não estão conseguindo transferir dinheiro para terceiros ou que estão com a conta bloqueada.
A melhor estratégia é, ao ser abordado com esse tipo de pedido, sempre fazer perguntas que apenas o familiar poderia responder. Outra estratégia é ligar para confirmar o pedido via ligação ou até mesmo videochamada.
Golpe de falsos investimentos ou ganhos rápidos
A possibilidade de retorno financeiro rápido com investimentos em fundos, casas de apostas esportivas e cassinos online, como o jogo do Tigrinho, também vem abrindo possibilidades de golpes com Pix, de acordo com as pessoas entrevistadas.
As redes sociais são a principal ferramenta de atração de vítimas. Perfis fakes e influenciadores ostentando luxo – vendendo a ideia de que o dinheiro investido trará retorno garantido – são estratégias usadas por esse tipo de golpista. Falsos prints e depoimentos duvidosos de supostos ganhadores também são comuns.
Golpe da compra de produto de uma rede social hackeada
Muito parecida com a estratégia do produto falso, porém aqui a fraude está no hackeamento de lojas que de fato existem.
Depois de invadir as redes sociais ou sites de empresas conhecidas, os criminosos anunciam produtos com valor abaixo do praticado no mercado.
As vítimas acabam comprando, porém o produto não vai para elas e o dinheiro não vai para a empresa.
Golpe da falsa central de atendimento/gerente
Após ter acesso a dados vazados, os cibercriminosos pegam o número de telefone de potenciais vítimas e entram em contato simulando serem funcionários do banco.
Os golpistas geralmente relatam problemas na conta bancária da vítima e afirmam que é preciso fazer um Pix para resolver tal problema.
Os bancos têm emitido diversos alertas, pontuando que não entram em contato via telefone ou mensagem de texto para pedir qualquer valor.
Como o Pix se tornou ferramenta para os golpistas?
Para Márcia Netto, CEO da Silveguard, mesmo diante dos diversos golpes aplicados via Pix, não podemos transformar o mecanismo em vilão, pois graças a ele transações financeiras foram democratizadas e facilitadas.
O grande problema, para a especialista, é o aperfeiçoamento cada vez maior das artimanhas dos cibercriminosos de engenharia social, que são as técnicas usadas para enganar as vítimas a fornecer dados ou dinheiro a partir de histórias falsas.
“O Pix acaba parecendo o culpado devido ao seu enorme sucesso e à democratização financeira, mas possivelmente os golpes aconteceriam com outros meios de pagamento ou transferência, ou seja, o verdadeiro vilão não é o Pix e sim a supercriatividade e elaboração dos golpes de engenharia social”, afirmou Marcia Netto.
É possível recuperar dinheiro perdido via Pix?
Em caso de golpe, ainda há chances para a vítima recuperar o dinheiro através do Mecanismo Especial de Devolução (MED). Ele deve ser acionado o mais rápido possível através do contato com o próprio banco.
Também é recomendado interromper qualquer contato com o golpista, documentar o golpe (horário, número de telefone e as conversas), acionar o MED e fazer um boletim de ocorrência, que é imprescindível para recuperar o dinheiro e eventualmente chegar ao cibercriminoso.
(Com informações de Tilt/Uol)
(Foto: Canva/Reprodução)