Saúde mental – Até 26 de maio, as empresas deverão criar mecanismos para identificar e combater assédio, estresse e carga mental excessiva no ambiente de trabalho. Essa obrigação faz parte da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que responsabiliza as empresas a fornecer um ambiente seguro para os trabalhadores. Agora, a saúde mental deve integrar os relatórios de risco ocupacional.
Com a inclusão da identificação dos riscos psicossociais nos critérios da NR-1, as empresas terão responsabilidade de garantir que os trabalhadores não adoeçam devido ao trabalho, da mesma forma que já acontece com a saúde física.
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Preservar a saúde mental dos trabalhadores passa a ter a importância da saúde física, de maneira que as empresas serão responsáveis por garantir um ambiente psíquico saudável da mesma forma que fornece equipamentos de proteção individual, por exemplo.
A medida tem como objetivo a prevenção de doenças ocupacionais, afastamentos e ações trabalhistas. De acordo com o Ministério da Previdência, transtornos de saúde mental são responsáveis por 38% de todas as licenças do INSS, o que gerou um custo de R$ 12 bilhões para a Previdência Social nos últimos anos.
As empresas deverão passar por inspeções periódicas feitas por auditores-fiscais do Trabalho que vão avaliar se as empresas estão se esforçando para identificar e combater os riscos psicossociais. O descumprimento da norma pode gerar multas, autuações e, em último caso, interdição das atividades. No entanto, as empresas autuadas poderão recorrer e apresentar planos de adaptação.
“As empresas precisam ficar atentas para reduzir os riscos de gerar dano na saúde mental do trabalhador. É uma mudança de visão que vem acontecendo ao longo do tempo e já colocou a Síndrome do Burnout como doença ocupacional”. afirma Francisco Nogueira, psicólogo, psicanalista e sócio da consultoria Relações Simplificadas.
O que as empresas devem fazer
Avaliar possíveis riscos, implementar questionários, entrevistas e observações diretas dos trabalhadores para identificar onde há riscos psicossociais. A partir disso, é preciso incluir no Programa de Gestão de Riscos os pontos de atenção para evitar situações que afetem a saúde mental dos trabalhadores.
Criar planos de ação e medidas preventivas, como treinamentos, palestras e apoio psicológico.
Nogueira aponta que será necessário trabalhar a cultura da equipe de forma que a competitividade e a autocobrança não ultrapassem os limites saudáveis. Por exemplo, se há excesso de trabalho, a empresa poderá redistribuir as tarefas ou contratar mais funcionários.
“É importante que as empresas estejam atentas aos fatores de segurança psicológica e trabalhem a cultura da empresa para que os trabalhadores se sintam à vontade para dizer o que estão sentindo. Pessoas mais felizes e menos estressadas têm maior produtividade”, ressalta Nogueira.
Sindpd oferece palestras gratuitas
Preocupado em contribuir para a criação de um ambiente corporativo saudável do ponto de vista de saúde mental para os trabalhadores, o Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd-SP) agora promove palestras gratuitas sobre o tema para empresas interessadas.
As palestras são ministradas por Maria Auxiliadora Camargo Marques, pedagoga, professora universitária, facilitadora e Life Coach Internacional do Método Louise Hay. Além das questões de saúde mental, a pedagoga irá abordar um conceito muito utilizado no ambiente corporativo, as “soft skills”, que nada mais são do que “habilidades subjetivas”, ou seja, relação interpessoal, criatividade, resiliência, pensamento crítico, autoconhecimento, entre outras.
Em um ambiente empresarial onde competitividade e eficiência são cruciais, investir na saúde dos funcionários não é apenas uma escolha ética, mas também estratégica. A saúde dos trabalhadores não deve ser vista apenas como uma preocupação regulatória, mas como um indicador claro do futuro sustentável e produtivo da empresa.
As palestras também poderão ser acompanhadas por profissionais de Recursos Humanos (RH), que poderão se aprimorar nas questões relacionadas à saúde mental dos funcionários. As empresas interessadas devem encaminhar uma solicitação para o e-mail [email protected].
(Com informações de UOL)
(Foto: Reprodução/Freepik)