Abril verde– O país vive um cenário preocupante em relação ao bem-estar psicológico no ambiente profissional. De acordo com informações divulgadas pelo g1, somente neste ano, mais de 470 mil trabalhadores foram afastados de suas funções por condições como ansiedade e depressão, marcando o maior índice da última década. O crescimento de 68% em comparação a 2023 acende um sinal de alerta sobre as pressões no trabalho, o excesso de demandas e a carência de suporte emocional adequado.
O Abril Verde
Em meio à campanha do Abril Verde, iniciativa que busca chamar atenção para a segurança e saúde ocupacional, é essencial enfatizar a importância do cuidado com a saúde mental dos profissionais. A estabilidade emocional é um pilar para evitar problemas relacionados ao trabalho, além de favorecer um clima organizacional mais harmonioso e eficiente. Ao longo deste mês, recomenda-se que empresas adotem medidas como grupos de apoio, rodas de conversa e capacitações sobre o tema.
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Valney José, psicólogo e especialista no assunto, ressalta que a situação atual reflete uma questão profunda que exige ações imediatas. “A pressão no emprego, a instabilidade profissional e o desequilíbrio entre vida pessoal e trabalho estão entre as principais causas do sofrimento mental. É crucial que as organizações implementem estratégias concretas para mudar essa realidade”, explica o especialista, que também é idealizador do projeto “Diálogos Musicados Sobre Saúde Mental”.
Por que discutir saúde mental
Garantir um ambiente laboral que priorize o bem-estar psicológico é fundamental para empresas e líderes. Situações como cobranças abusivas, desvalorização e climas hostis afetam diretamente a saúde emocional dos funcionários, resultando em burnout, queda de desempenho e mais faltas.
Estratégias como horários flexíveis, acesso a terapia e espaços de escuta são passos importantes para fomentar uma cultura empresarial mais humana e equilibrada.
Valney reforça que o foco deve ser a prevenção e que o tema precisa ser debatido abertamente nas corporações. “Apoiar a saúde mental dos colaboradores não é um gasto, e sim um investimento. Organizações que priorizam o acolhimento e um clima saudável observam melhorias na eficiência e na satisfação da equipe”, afirma.
Causas da crise
O aumento dos afastamentos por motivos psicológicos não é aleatório, mas consequência de diversos fatores que prejudicam a qualidade de vida no trabalho. Jornadas exaustivas, cobranças irreais, falta de valorização, assédio e pouca autonomia são alguns dos elementos que agravam o problema.
Quando somados a ambientes corporativos desgastantes e à dificuldade de conciliar carreira e vida pessoal, esses fatores elevam os níveis de estresse e ansiedade, culminando no recorde de licenças médicas.
Mudanças na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1)
Diante da gravidade da situação, o Ministério do Trabalho decidiu revisar a NR-1, que define parâmetros para a saúde ocupacional. A atualização da norma enfatiza a necessidade de iniciativas preventivas e de melhorias nas condições emocionais dos trabalhadores.
Entre as medidas propostas estão avaliações de riscos psicossociais, implantação de programas de apoio e canais seguros para reportar assédios, visando transformar as dinâmicas de trabalho e diminuir os afastamentos por transtornos mentais.
O crescimento expressivo desses casos reforça a urgência em ampliar o acesso a tratamentos psicológicos, combater preconceitos e estruturar redes de apoio que garantam um cuidado mais abrangente à saúde mental no Brasil.
Sindpd oferece palestras gratuitas sobre saúde mental
Com a preocupação em contribuir para a criação de um ambiente corporativo saudável do ponto de vista de saúde mental para os trabalhadores, o Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd-SP) agora promove palestras gratuitas sobre o tema para empresas interessadas.
As palestras são conduzidas por Maria Auxiliadora Camargo Marques, pedagoga, professora universitária, facilitadora e Life Coach Internacional do Método Louise Hay. Além das questões de saúde mental, a pedagoga irá abordar um conceito muito utilizado no ambiente corporativo, as “soft skills”, que nada mais são do que “habilidades subjetivas”, ou seja, relação interpessoal, criatividade, resiliência, pensamento crítico, autoconhecimento, entre outras.
Em ambientes onde competitividade e eficiência são cruciais, como o empresarial, investir na saúde dos funcionários não é apenas uma escolha ética, mas também estratégica. A saúde dos trabalhadores não deve ser vista apenas como uma preocupação regulatória, mas como um indicador claro do futuro sustentável e produtivo da empresa.
As palestras poderão, também, ter o acompanhamento de profissionais de Recursos Humanos (RH), que poderão se aprimorar nas questões relacionadas à saúde mental dos funcionários. As empresas interessadas devem encaminhar uma solicitação para o e-mail [email protected].
No Sindplay, ferramenta de streaming apelidada pela mídia especializada de “Netflix de TI”, você encontra todas as palestras com acesso gratuito para sócios e contribuintes do Sindpd. (Conheça o Sindplay clicando aqui)
(Com informações de Terra)
(Foto: Reprodução/Freepik)