Dados do 1º volume do Estudo Febraban de Tecnologia Bancária 2025, conduzido pela Deloitte, apontam que o orçamento de instituições financeiras deverá atingir, neste ano, R$ 47,8 bilhões, um aumento de 13% se comparado a 2024. A projeção foi baseada nos números reportados pelas instituições participantes. A análise aponta que os recursos alocados em inovação pelas instituições financeiras cresceram 58,4% nos últimos cinco anos.
O aumento nos gastos é movido por ações estratégicas para consolidar uma estrutura tecnológica sólida, com ênfase na implementação de Inteligência Artificial (IA), Inteligência Artificial Generativa (GenAI) e Cloud.
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Para este ano, as instituições projetam elevar em 61% os recursos em IA, Analytics e Big Data, e em 59% na transição para Cloud [Nuvem]. A incorporação dessas ferramentas às estratégias bancárias promove avanços em produtividade, inovação sustentada e aprimoramento na jornada do cliente.
Em iniciativas regulatórias, os bancos planejam ampliar os gastos no Pix em 48% e no Open Finance em 65%.
O cenário disruptivo causado pela IA e GenAI também deve motivar aportes expressivos em infraestrutura e soluções que elevem a experiência dos colaboradores. A previsão é de aplicação de R$1,4 bilhão neste ano. Além disso, espera-se um crescimento de 15% nas vagas de TI em 2025.
IA e GenAI
Segundo a pesquisa, as instituições citaram a redução de custos e o ganho de eficiência operacional (ambos com 74%) como principais vantagens da adoção de IA. A tecnologia também se sobressai no reforço à proteção de dados, com identificação de riscos potenciais (63%), e no suporte à análise de informações (58%). Adicionalmente, começou a ser utilizada na customização de serviços (47%) e na antecipação de tendências (37%).
Mais de 80% dos bancos já integram GenAI em suas operações e relatam benefícios tangíveis, com elevação média de 11,4% na eficácia de processos após a implementação. Para 38% deles, o ganho de produtividade superou 20%.
Cloud
A migração para Cloud e sua sinergia com IA indicam que a combinação de tecnologias acelera a transformação digital. Todos os segmentos analisados tiveram progresso na transição para a nuvem no último ano, principalmente em bancos com maior maturidade em IA — 100% em Open Banking/Finance e 67% no Pix.
Cibersegurança
A segurança digital se mantém entre as prioridades do setor. Quase 60% dos bancos possuem especialistas em cibersegurança em seus conselhos administrativos, e 40% integram equipes de segurança com times de tecnologia.
Equipe de trabalho
Em média, 11% dos funcionários dos bancos atuam em TI, com maior demanda por desenvolvedores de software, especialistas em segurança e cientistas de dados.
“À medida que tecnologias como IA e GenAI ganham espaço nas instituições financeiras, cresce também a responsabilidade de preparar os profissionais para esse novo contexto. O investimento em pessoas deixou de ser apenas uma necessidade operacional e passou a ser uma alavanca estratégica. O movimento de reskilling e upskilling é fundamental para garantir que o talento humano acompanhe a velocidade das inovações, contribuindo com visão crítica, ética e criatividade nos processos. É dessa combinação entre tecnologia e capital humano que surgirão as soluções mais transformadoras para o setor”, analisa Sergio Biagini, sócio da Deloitte Brasil.
(Com informações de TI Inside)
(Foto: Reprodução/Freepik)