A terceira rodada de negociação entre o Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo) e a IMA (Informática de Municípios Associados), realizada nesta terça-feira (06), foi marcada por tensão e impasse.
A reunião, conduzida entre os departamentos jurídicos de ambas as partes, teve início com uma declaração surpreendente do Coordenador do Departamento Jurídico da IMA, Alexandre Rudge Castilho, de que para a negociação continuar “vocês precisam assinar o acordo”. Rudge se referia justamente ao principal impasse na mesa que foi a realização de uma assembleia e um acordo que não foi finalizado em 2022, pois o mesmo gerava perdas para os trabalhadores.
De acordo com cálculos do Sindpd, um trabalhador que ganhava R$ 3 mil em janeiro de 2018 deixou de receber cerca de R$ 16.989,73 entre janeiro de 2019 e abril de 2025. Isso representa uma perda de 3,47 salários atuais. Considerando os índices negociados pelo sindicato, esse trabalhador deveria hoje estar recebendo R$ 4.346,71. No entanto, com os reajustes praticados unilateralmente pela IMA, o salário atual é de apenas R$ 4.227,91 — uma defasagem de quase 4%.
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Apesar do reconhecimento do erro, a postura da empresa em seguida revoltou os representantes sindicais. A primeira fala da empresa foi: “Vocês precisam assinar o acordo.” A proposta apresentada foi considerada uma afronta aos trabalhadores:
- Reajuste do vale-refeição (VR) somente em 2026, em duas parcelas de 3,5%, totalizando 7%;
- Auxílio home office de apenas R$ 50;
- Possibilidade de discutir Participação nos Resultados (PLR) apenas daqui a três anos.
Entre os principais pontos debatidos estão a disparidade dos valores do vale-refeição praticado pela IMA em relação às demais empresas públicas de Campinas, o não pagamento do auxílio home office, a ausência de negociação de Participação nos Resultados (PR) e, principalmente, a não aplicação dos reajustes previstos nas Convenções Coletivas de Trabalho de 2019, 2020, 2021 e 2022.
Após intenso debate, os representantes do Sindpd classificaram a proposta como uma falta de respeito com os trabalhadores da IMA, reiterando que o sindicato não aceitará essa condição e tomará as medidas cabíveis para recuperar as perdas salariais, que já somam milhares de reais por trabalhador, conforme cálculos da entidade.
Além da proposta indecente, a IMA voltou a adotar a postura de ameaça, alegando que o cumprimento integral da Convenção Coletiva poderia levar ao fechamento da empresa e demissões em massa. Para o sindicato, esse discurso é inaceitável e representa chantagem contra os trabalhadores.
O Sindpd também denunciou, durante a reunião, que recebeu relatos de redução de jornada e salário em 25% de profissionais lotados na área da saúde, prática considerada ilegal por não ter havido qualquer negociação coletiva com o sindicato. Também foi apontado o contraste entre o arrocho salarial imposto aos trabalhadores da base e os altos salários pagos a indicados políticos na direção da empresa — uma política de prioridades completamente equivocada.
O departamento jurídico do Sindpd analisará cuidadosamente os caminhos legais a serem tomados, incluindo medidas judiciais, além de intensificar a consulta direta aos trabalhadores da IMA. Não está descartada a possibilidade de greve, caso a empresa insista em descumprir a Convenção Coletiva de Trabalho, especialmente quanto à reposição das perdas salariais, ao pagamento do auxílio home office, à ilegal redução salarial, ao banco de horas e outros pontos fundamentais para a categoria.
Paralelamente, seguem em curso investigações no Ministério Público do Trabalho (MPT) referentes a assédio moral, práticas antissindicais, condições insalubres de trabalho e outras denúncias que vêm sendo apuradas com seriedade pelo sindicato.
“Não aceitaremos mais enrolações ou ameaças. A empresa confessou que não há acordo e mesmo assim insiste em propostas inaceitáveis. Vamos à luta pela reposição das perdas e pelo cumprimento da Convenção”, afirmou Emerson Morresi, secretário-geral do Sindpd.
Fortalecer o Sindpd-SP é fortalecer a nossa própria voz.
Trabalhador, a atuação do sindicato na IMA neste processo tem sido firme, responsável e sempre em defesa dos trabalhadores. Sabemos que os desafios são grandes, mas também sabemos que só com unidade e mobilização conseguimos avançar.
Por isso, pedimos um voto de confiança. A sua filiação ao Sindpd-SP é muito mais do que um gesto formal — é a demonstração concreta de que você apoia essa luta, de que acredita na força coletiva e quer ser parte ativa das conquistas que estamos construindo.
Se você quer um ambiente de trabalho mais justo, com respeito aos seus direitos, valorização profissional e diálogo permanente, filie-se. O sindicato é feito por você, com você e para você.
Juntos, somos mais fortes. Vamos seguir em frente, lado a lado.
O sindicato continuará mobilizado e convoca os trabalhadores a se manterem unidos e atentos às próximas ações. A luta é coletiva — e a vitória também será.