A saúde mental dos funcionários tem assumido papel estratégico nas políticas de retenção de talentos em empresas de diversos segmentos. Diante de um cenário corporativo cada vez mais competitivo, organizações que implementam iniciativas de bem-estar emocional registram redução na rotatividade e ganhos significativos em produtividade.
Leonardo Loureiro, especialista em gestão emocional e educação empresarial ouvido pela Carta Capital, destaca que o esgotamento mental deve ser abordado como uma questão organizacional. “O desgaste emocional não é individual. Ele afeta o ambiente como um todo e aparece com sinais claros”, afirma.
Entre os indicadores mais frequentes estão: queda no desempenho, conflitos interpessoais, aumento do absenteísmo e desengajamento generalizado.
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Dados do Ministério da Saúde demonstram que transtornos mentais e comportamentais foram a principal causa de afastamentos no primeiro bimestre do ano, responsáveis por 47,2% dos registros. O impacto dessas condições transcende a esfera individual, afetando diretamente a estabilidade do quadro de funcionários.
A ausência de suporte emocional no ambiente corporativo tem se consolidado como um dos principais motivos para os pedidos de demissão.
Pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) aponta que empresas com programas estruturados de saúde mental retêm 42% mais talentos. Além disso, 68% dos colaboradores consideram o cuidado com o bem-estar psicológico um fator decisivo para permanecer em seus empregos.
Loureiro reforça essa tendência: “As pessoas não deixam empresas. Elas deixam ambientes tóxicos e lideranças que não as escutam”. Quando há espaço para diálogo sobre desafios emocionais, o vínculo entre colaborador e organização se fortalece, acrescenta o especialista.
Um estudo do Sebrae com pequenas e médias empresas corrobora a relação entre investimento em saúde emocional e resultados operacionais. Organizações que adotaram iniciativas nessa área reduziram a rotatividade em 31% e aumentaram a produtividade em 26%, evidenciando a viabilidade dessas políticas mesmo em estruturas de menor porte.
O custo financeiro da rotatividade também é um fator crítico. Segundo a Fundação Instituto de Administração (FIA), a substituição de um colaborador pode alcançar até 150% do salário anual, considerando despesas com recrutamento, treinamento e período de adaptação.
Pilares para um ambiente de trabalho emocionalmente saudável
Loureiro elenca três eixos fundamentais para promover um clima organizacional equilibrado:
- Escuta ativa, que acolhe demandas sem julgamentos;
- Empatia nas lideranças, com efeito cascata sobre a equipe;
- Práticas institucionais, que traduzem intenções em ações concretas.
Para o especialista, o bem-estar emocional deve integrar a estratégia de negócios: “O cuidado emocional não é só responsabilidade social. Ele define a competitividade no mercado”.
Sindpd oferece palestras gratuitas a empresas
O Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd-SP) disponibiliza palestras sem custo para empresas interessadas em implementar ações de saúde mental e soft skills, ministradas pela psicanalista e pedagoga Maria Auxiliadora Camargo.
“Cada vez mais as empresas têm reconhecido que a saúde mental é fundamental para a eficiência profissional. Empresas que já investem nessa frente o fazem por compreender sua vantagem competitiva e impacto estratégico”, afirma Maria Auxiliadora.
Os temas abordados por ela incluem inteligência emocional, gestão do estresse, resiliência e autossabotagem, entre outros, e fica a critério da empresa escolher qual tema se alinha mais às suas necessidades.
Empresas interessadas podem agendar sua palestra e obter mais informações pelo e-mail [email protected].
(Com informações de Carta Capital)
(Foto: reprodução)