Até o fim de 2024, os brasileiros vão começar a ver anúncios dentro do WhatsApp, o aplicativo de mensagens mais usado no país. A Meta, empresa responsável pela plataforma, anunciou nesta segunda-feira (17) que as publicidades serão exibidas no status, espaço similar aos stories do Instagram, e levarão o usuário a uma conversa com o anunciante ao serem clicadas.
O lançamento é parte de um pacote de recursos pagos que será implementado no WhatsApp, que inclui também a possibilidade de assinaturas e impulsionamento de Canais. A Meta garante que o aplicativo continuará com criptografia de ponta a ponta e que os dados utilizados para direcionar anúncios serão limitados, como país, idioma do dispositivo, canais seguidos e interações com as publicidades. Usuários que conectarem o WhatsApp à Central de Contas da Meta poderão ter dados do Facebook e Instagram usados na segmentação.
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Segundo a companhia, mais de 1,5 bilhão de pessoas acessam diariamente a aba Atualizações, onde ficam os status e os canais, espaço separado das conversas privadas, utilizado por figuras públicas, marcas e governos para transmitir informações.
Desde a aquisição do WhatsApp em 2014, a Meta adiava uma estratégia clara de monetização para o aplicativo. Até agora, a receita era gerada principalmente por meio de serviços oferecidos a empresas, como o WhatsApp Business.
A decisão marca o primeiro movimento direto para inserir publicidade no app, que hoje tem cerca de 3 bilhões de usuários ativos. Os fundadores do WhatsApp, Jan Koum e Brian Acton, sempre se opuseram à exibição de anúncios.
Após venderem a empresa, Koum escreveu em um blog da própria Meta que os usuários continuariam “sem qualquer anúncio interrompendo a comunicação”. Zuckerberg também prometia que a monetização não incluiria publicidade “nos próximos anos”. Ambos os criadores deixaram a companhia após divergências com a Meta.
Desde então, a empresa passou a desenvolver áreas públicas dentro do aplicativo. Em 2017, lançou os status. Em 2023, foi a vez dos canais, que funcionam como listas de transmissão em que apenas os administradores podem publicar.
“Nossa equipe tem discutido nossos planos de desenvolver um modelo de negócio que não interfira nas suas conversas pessoais há anos e acreditamos que a aba Atualizações é o espaço ideal para colocar esses novos recursos em prática”, afirmou a Meta em comunicado.
Assim como no Facebook e Instagram, os anúncios seguirão as regras de publicidade da empresa e serão programados por meio de uma plataforma de gerenciamento de conteúdo pago. A Meta enfatizou que “nunca” irá vender ou compartilhar o número de telefone dos usuários com anunciantes, e que mensagens pessoais, ligações e grupos não serão usados para segmentar anúncios.
Assinaturas e impulsionamento
Além da publicidade, os canais do WhatsApp terão opções pagas, oferecendo conteúdos exclusivos para seguidores assinantes, modelo semelhante ao usado no Instagram. Os canais são unidirecionais: apenas administradores publicam mensagens, enquanto os seguidores podem reagir com emojis.
Outra mudança será a possibilidade de impulsionar canais para que ganhem destaque na aba Atualizações. A empresa afirma que a maioria das recomendações continuará sendo orgânica, mas canais promovidos terão mais visibilidade na área “Explorar”.
De acordo com Alice Newton-Rex, vice-presidente de Produto do WhatsApp, os usuários poderão ver anúncios mesmo sem ter o número da empresa salvo nos contatos. “Essa será uma oportunidade para que usuários descubram novos negócios”, disse em coletiva de imprensa.
(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução/Freepik)