Ferramentas de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT estão sendo cada vez mais utilizadas como meios de acesso à informação, sobretudo entre o público jovem. É o que aponta um relatório anual sobre o cenário da mídia, divulgado nesta terça-feira (17). O levantamento, conduzido pela empresa YouGov, teve como base entrevistas online com 97 mil participantes de 48 países — incluindo Brasil, Argentina e Colômbia.
“Os chatbots com IA estão sendo utilizados pela primeira vez como fonte de informação”, resume Mitali Mukherjee, diretora do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, na apresentação do “Digital News Report 2025”.
Leia: Campanha Salarial 2026 será lançada dia 16/08 em Campinas!
De acordo com os dados, os entrevistados veem nos chatbots um recurso útil para adequar conteúdos informativos às suas necessidades pessoais. Entre os principais usos citados estão a capacidade de resumir textos (27%), traduzir conteúdos para outros idiomas (24%), sugerir matérias ou notícias (21%) e responder a perguntas sobre temas atuais (18%).
Apesar da adesão crescente, a confiança ainda é limitada. Em diversos países, os participantes da pesquisa expressam reservas quanto ao papel da IA na produção jornalística, preferindo que a atuação humana continue predominando. As principais preocupações dizem respeito à falta de clareza e à menor confiabilidade de notícias geradas por IA.
As tecnologias de IA funcionam com base em grandes volumes de dados extraídos da internet, o que inclui conteúdos jornalísticos, e podem gerar textos e imagens a partir de simples comandos escritos em linguagem natural.
Na busca por modelos de monetização, parte dos veículos optou por firmar parcerias com empresas desenvolvedoras dessas tecnologias. Outros, no entanto, recorreram à Justiça alegando infrações de direitos autorais. Esse cenário se soma à crescente desconfiança do público em relação à imprensa tradicional, como já apontado em pesquisas anteriores.
“Essa mudança permitiu a políticos como Donald Trump nos Estados Unidos e Javier Milei na Argentina driblar os meios de comunicação tradicionais”, adverte o texto.
Publicado anualmente pelo Instituto Reuters, ligado à Universidade de Oxford, o relatório se consolidou como uma das principais referências para entender as mudanças no consumo e na produção de notícias ao redor do mundo.
(Com informações de O Globo)
(Fonte: Reprodução/Freepik)