Enquanto o abastecimento alimentar enfrenta ameaças como doenças, tarifas e mudanças climáticas, um novo risco ganha destaque: o impacto de hackers visando a infraestrutura digital da cadeia e não apenas os sistemas diretos das lojas.
Um exemplo recente é o ataque à distribuidora United Natural Foods (UNFI), que afetou a Whole Foods e outras redes, causando desabastecimento e prateleiras vazias. O episódio revelou um ponto sensível: sistemas de software, não apenas a escassez física de produtos, podem se tornar alvos.
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Com sede em Providence, Rhode Island (EUA), a UNFI opera 52 centros de distribuição e fornece 250 mil itens de mais de 11 mil fornecedores para 30 mil pontos de venda. A empresa relatou “atividade não autorizada em nossos sistemas”.
A UNFI precisou desconectar temporariamente seus sistemas após o ciberataque, demonstrando que um vírus pode comprometer o fornecimento de alimentos. Isso causou paralisações em pedidos e entregas, expondo vulnerabilidades na infraestrutura alimentar dos EUA.
“Nossa câmara frigorífica está vazia, nossa padaria está sem pães, e os clientes estão cada vez mais irritados”, disse um funcionário da Whole Foods no Arkansas à CNN.
A distribuidora afirmou que o ataque evidenciou fragilidades e a necessidade de mais ações voltadas à cibersegurança, mesmo com a queda de suas ações. “Acho que uma empresa precisa ser ao mesmo tempo altamente capacitada e humilde quando se trata de cibersegurança e esse evento é um exemplo claro do porquê”, disse o CEO da UNFI, Sandy Douglas.
O presidente e diretor financeiro da UNFI, Giorgio Matteo Tarditi, afirmou em comunicado que o ciberataque “afetou temporariamente a capacidade da empresa de atender e distribuir pedidos dos clientes”.
O incidente ocorre após uma série de ataques de ransomware contra varejistas no Reino Unido em abril, atribuídos ao grupo Scattered Spider, que teria voltado sua atenção para os EUA em maio, possivelmente incluindo o ataque à UNFI.
Alguns mercados buscaram alternativas temporárias com outros atacadistas, enquanto a Whole Foods – pertencente à Amazon e com mais de 520 lojas nos EUA – registrou prateleiras vazias.
Gilpin Matthews, um dos proprietários do Darlings Grocery, em La Pointe, Wisconsin, passou a adquirir produtos da distribuidora Mason Brothers e da Sysco para contornar a situação. “Prateleiras vazias não causam boa impressão, e se as pessoas entram e não conseguem encontrar o que precisam… elas vão procurar em outro lugar. Estávamos simplesmente tentando nos virar, porque não houve nenhum aviso”, disse ao Grocery Dive.
Dependência tecnológica e riscos
O episódio levanta questões sobre resiliência e redundância em supermercados altamente dependentes de logística, entrega e tecnologia. Distribuidores de alimentos e bebidas utilizam cada vez mais tecnologias avançadas – como ERP, sistemas de gerenciamento de armazéns e dispositivos IoT – para otimizar operações e cadeias de suprimentos.
Essas ferramentas geram vastos dados sobre estoque, pedidos, logística e conformidade. Sensores monitoram produtos perecíveis, enquanto análises preditivas ajudam a reduzir desperdício. O valor e a sensibilidade desses dados aumentam a necessidade de proteção.
Em comunicado em 9 de junho, a UNFI declarou que, após detectar atividade não autorizada, “ativou prontamente seu plano de resposta a incidentes e implementou medidas de contenção, incluindo a retirada proativa de certos sistemas do ar, o que impactou temporariamente a capacidade da empresa de atender e distribuir pedidos dos clientes.”
A UNFI (“Alimentos Melhores. Futuro Melhor.”) pode enfrentar ações judiciais. O escritório Levi & Korsinsky afirmou investigar se leis federais de valores mobiliários foram violadas.
O ataque reforça a necessidade de controles de segurança robustos e avaliações de vulnerabilidade. A crescente dependência digital eleva riscos de ataques, vazamentos e paralisações, especialmente com dados sensíveis (contratos, pagamentos, informações de clientes). Redundância com fornecedores e seguros adequados são fatores de mitigação.
Distribuidores estão adotando estratégias de segurança em múltiplas camadas: criptografia, auditorias e controles de acesso rígidos, enquanto provedores de nuvem buscam certificações como ISO 27001 para garantir integridade de dados.
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(Com informações de Forbes Tech)
(Foto: Reprodução/Freepik)