Esta corrida já começou e deve ganhar intensidade em um futuro próximo. O projeto OLPC (sigla em inglês para Um Laptop por Criança), por exemplo, tem como objetivo emprestar computadores portáteis aos estudantes da rede pública no Brasil, Índia, China, Nigéria, Tailândia e Egito. O lançamento da iniciativa está previsto para o início de 2007.
“Não basta que os alunos saibam como mexer nos computadores; as máquinas devem estar associadas a iniciativas de colaboração, criatividade e expressão. Temos de encontrar novas maneiras para o uso da tecnologia, e não apenas adaptar o computador ao tradicional método de ensino”, afirma David Cavallo, pesquisador do Laboratório de Mídia do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Rogério de Paula, que trabalha como pesquisador em etnografia (estudo de etnias) para a fabricante de processadores Intel, faz coro. “A informática deve ser integrada à educação para que estes alunos possam ser realmente incluídos na sociedade digital.” Esta inclusão certamente vai muito além do uso de editores de texto e softwares para a elaboração de planilhas.
Transformações
A mudança prevista para as salas de aula nos próximos anos se assemelha muito a uma transformação observada na internet (tendência conhecida como web 2.0). Atualmente, os internautas contribuem mais com o universo virtual do que há cerca de três anos, por exemplo –os blogs e sites da categoria “wiki”, que podem ser alterados por qualquer pessoa, mostram bem isso.
Assim, afirmam especialistas, em um futuro próximo o ensino na sala de aula deve se tornar mais dinâmico e contar mais com a iniciativa e colaboração dos alunos. “Uma palavra que define este cenário é envolvimento. Os estudantes vão contribuir mais para desenvolver seu conhecimento, fazendo pesquisas e organizando informações”, diz Cavallo.
Rogério de Paula lembra que este processo de transformação deve estar sempre associado à valorização dos professores. “A promoção da tecnologia não pode deixá-los de lado. Os professores devem estar inseridos no contexto destas aulas, pois seu papel social tem grande importância”, afirma.
Fonte: Folha Online / JULIANA CARPANEZ
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