A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), que reúne entidades de trabalhadores, do movimento negro, de mulheres, de estudantes, entre outras, está organizando uma ampla manifestação para o próximo dia 19, em Brasília, em repúdio à política de juros altos do Banco Central. Com a palavra de ordem “Menos juros, mais desenvolvimento”, os movimentos que já vinham preparando o ato, intensificaram a convocação após a última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de aumentar os juros em 0,5 ponto percentual.
“Ao aumentar a taxa Selic em 0,5%, o senhor Henrique Meirelles conseguiu acirrar ainda mais os ânimos do movimento social, que decidiu ampliar a convocação do protesto para reverter a atual política de juros e superávit primário nas alturas, que atenta contra o interesse do país e do povo”, afirmou Antônio Carlos Spis, da executiva da CUT
Na última quinta-feira, os líderes da CGTB, CUT, CTB, MST, UNE, UBES, Marcha Mundial de Mulheres e Unegro, reuniram-se em São Paulo para detalhar o ato, que será realizado em frente à sede do Banco Central.
De acordo com Antônio Carlos Spis, da executiva nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CMS, “ao aumentar a taxa Selic em 0,5%, o senhor Henrique Meirelles conseguiu acirrar ainda mais os ânimos do movimento social, que decidiu ampliar a convocação do protesto para reverter a atual política de juros e superávit primário nas alturas, que atenta contra o interesse do país e do povo brasileiro”. “Desenvolvimento se faz estimulando a produção, gerando emprego e distribuindo renda. Nós queremos mais recursos para políticas públicas, acelerar a inclusão social”, afirmou Spis.
O presidente da CUT, Artur Henrique, qualificou o aumento dos juros como “um ataque vil aos esforço pelo desenvolvimento sustentável com distribuição de renda e valorização dos trabalhadores”, e conclamou a militância a derrotar nas ruas “o entulho neoliberal mantido pelo Copom”.
No encontro em São Paulo, a CMS também lançou um manifesto dos movimentos sociais conclamando a população para participar do ato, além de exigir menos juros e mais emprego para o povo brasileiro. De acordo com o documento, “como bem demonstra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o caminho do desenvolvimento é outro”. “Passa pelo fortalecimento do papel indutor do Estado, pela garantia de contrapartidas sociais para os investimentos com recursos públicos, pela indução do crescimento com geração de emprego e distribuição de renda”.
Para Ubiraci Dantas (Bira), vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), também presente na reunião, “as forças progressistas se uniram para promover o desenvolvimento do país, criar emprego e distribuir renda”. “O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, busca sabotar todo este forço do governo e da sociedade, aumentando os juros para promover a sangria do Orçamento em benefício dos especuladores”.
João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, afirmou que “a decisão do Copom de elevar a taxa Selic em mais meio ponto foi uma demonstração clara de que os movimentos sociais precisam apostar todas as fichas nesta mobilização”.
Também presente no encontro, a diretora de universidades públicas da UNE (União nacional dos Estudantes), Flávia Calé, destacou que a política de juros do BC “impede o crescimento com distribuição de renda para favorecer o capital especulativo”. “É uma grande contradição, irreconciliável, que trava o desenvolvimento nacional”, afirmou.
Fonte: site da CGTB
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