O Comitê de Política Monetária, o Copom, iniciou ontem, dia 22, a reunião de avaliação da taxa Selic. Segundo o boletim Focus, do Banco Central, que ouve semanalmente analistas e instituições financeiras, o comitê deve baixar pelo menos 1 ponto percentual, para 10,25%.
Esse índice é insuficiente para todos os âmbitos da sociedade. Tanto os trabalhadores como os empresários pressionam por uma redução da taxa até um dígito, ou seja, na casa dos 9%. Já que a crise internacional tem prejudicado alguns setores produtivos, se faz ainda mais necessário o corte mais agressivo da taxa básica de juros para que possa engrenar o investimento na economia nacional e traga um quadro mais positivo para a expectativa de crescimento do país para 2009.
O presidente do Sindpd, Antonio Neto, considera que é necessário manter e aprofundar a trajetória de queda da Selic, para que a crise financeira não faça mais estragos na economia brasileira. “Considero urgente a necessidade do Copom romper a barreira dos dois dígitos já nesta reunião. Se não fizer isso, poderemos ter problemas, pois a melhor forma de fortalecermos o nosso mercado interno, única alternativa para escaparmos da crise, é melhorar a oferta de crédito para o setor produtivo e aumentar os ganhos salariais”, disse Neto
Segundo o vice-presidente, José Alencar, é necessário baixar a Selic para que se deixe de gastar o dinheiro público com pagamento de divida e o use para investimento no país. “Eu não falo nada sobre Copom. Quando falo de juros básicos, falo da taxa compatível que é praticada em todos os países e nós estamos muito acima”, reclamou Alencar. “Mesmo que esta taxa caia para um dígito, um dígito de nove (na casa de 9%), ainda assim é a mais alta do mundo e estamos gastando uma fortuna com o pagamento de juros, quando precisamos destes recursos para cuidar de saúde, educação, saneamento, estradas e energia, e estamos gastando com juros, desnecessariamente”, disse.
O vice-presidente ainda reforçou que é necessário trazer a taxa de juros para o mesmo indicador internacional. “O mundo pratica taxa básica da ordem de zero por cento. Alguém pode dizer: mas zero por cento? É zero por cento mesmo, porque a taxa nominal é de 4 ou 5 em determinados países e a taxa real (descontada a inflação) é zero, ou menos de zero. O vice presidente ainda conclui que “qualquer que seja a decisão do Copom, dentro dessa faixa que se coloca na imprensa, é uma decisão que contraria o verdadeiro interesse nacional, que é trazer os juros para o patamar que lhe cabe, ou seja, patamar de mercado, e o patamar de mercado (internacional) não é esse”, atacou Alencar.
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