O Brasil foi escolhido ontem (15), por unanimidade, como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, por dois anos. Apesar de ser um passo importante para diplomacia brasileira, Lula voltou a cobrar uma reformulação das cadeiras com o poder de veto na organização.
Para o presidente brasileiro, a ONU tem perdido sua credibilidade ao longo dos anos. “Veja o que aconteceu agora com Honduras. O que a OEA fez até agora? Fez as reuniões, tomou as decisões, simplesmente o golpista [Roberto Micheletti] não atendeu nada. Ora, por quê? Se a ONU tivesse maior representatividade política, a ONU decidia, cada país cumpria e, aí, as coisas aconteciam”, disse Lula.
Hoje, o conselho é formado por China, França, Estados Unidos, Reino Unidos e Rússia, uma composição que em grande parte reflete a organização global logo após a Segunda Guerra Mundial.
O Brasil, e outros países como França e Grã-Bretanha, defende a reorganização do conselho da ONU de uma forma que represente melhor o novo cenário global. Este novo cenário inclui a América do Sul, a África e outros países que crescerem desde o fim da guerra.
“O problema é que, quem está lá [no conselho], não quer largar, ou não quer mexer. Se você está em um time que tem cinco… É como o G-8, que existe há 30 e poucos anos. Quando a gente constrói o G-20, eu não sei dizer se (o G-8) vai acabar. Eles estão tão acostumados em organizar reuniões desse jeito, que podem não querer acabar”, afirmou Lula.
Hoje, o Brasil ocupa um lugar importante no cenário mundial. A mediação do conflito em Honduras, a estabilidade durante a crise internacional, a escolha do Brasil para sediar as Olimpíadas e a Copa do Mundo, reforça, ainda mais, que há um novo cenário de lideranças globais.
“Eu acho que nós estamos perto. Não apenas o Brasil, porque eu não defendo só a inclusão do Brasil. Reivindicamos uma reforma que tenha país africano, país latino-americano, a Índia e a Alemanha. E acho que vamos conquistar”, finalizou Lula.
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