Pelo sexto ano, as centrais sindicais fizeram a Marcha em Brasília. Cerca de 50 mil trabalhadores foram à Capital Federal para reivindicar a redução da jornada de trabalho, entre outros itens que as centrais esperam que sejam colocados em votação na Câmara.
A marcha teve início na manhã desta quarta-feira (11), com concentração em frente ao Estádio Mané Garrincha e, de lá, seguiram em passeata pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. Após a passeata, os dirigentes das centrais participaram de uma audiência com o presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer (PMDB-SP), com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
Além da redução da jornada de trabalho, as centrais sindicais reivindicam também a aprovação de um novo marco regulatório para a camada do pré-sal, a ratificação das convenções 151 e 158 da OIT, a atualização dos índices de produtividade da terra e a aprovação da PEC – Proposta de Emenda à Constituição – contra o Trabalho Escravo, e do projeto que regulamenta a política de valorização do salário mínimo.
Os dirigentes sindicais entregaram aos presidentes da Câmara e do Senado, Michel Temer e José Sarney, respectivamente, um documento que sintetiza as principais lutas do movimento. Além de se sensibilizar com as pautas, Temer se colocou à disposição para coordenar as negociações que atrasam a votação da redução da jornada de trabalho, para que, dessa forma, os interesses divergentes possam ser ultrapassados e a PEC possa ser votada.
“Temer, mais uma vez, foi muito receptivo para conosco. Numa conversa franca, levantou as dificuldades e resistências para colocar em votação o projeto das 40 horas. Entretanto, o presidente da Câmara disse que irá constituir um grupo de negociação formado por parlamentares oposicionistas e de representantes do movimento sindical a fim de tentar chegar a um consenso para colocar a matéria em votação no Plenário. Também ratificamos as reivindicações que potencializam a geração, ampliação e formalização de empregos e dos direitos; com inclusão social e valorização do trabalho como pilares para o desenvolvimento sustentável. Exemplo exitoso é a política de valorização do salário mínimo, negociada em 2007, que possibilitou 45% de aumento real para trabalhadores, aposentado e pensionista desde 2004”, explicou o presidente do Sindpd e da CGTB, Antonio Neto.
A 6ª Marcha Trabalhadora em Brasília foi mais uma vez um grande ato das seis Centrais Sindicais. E já se tornou um evento chave na deliberação para a política brasileira, já que a reivindicação dos trabalhadores brasileiros é fundamental para uma que o País continue no ciclo de crescimento e de forma justa. “Acredito que esta manifestação mostrou a força e organização dos trabalhadores brasileiros, fato que nos dá mais peso para pressionar o Congresso no sentido de aprovar as medidas que estamos propondo, sobretudo, a redução da jornada para 40 horas, este mecanismo mais do que necessário para o nosso povo e para a nossa economia”, afirmou Neto.
O povo tem ido às ruas em passeatas por todo o país reivindicando a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, e esta conquista está cada vez mais próxima de acontecer. A redução da jornada traria benefícios para a economia e, principalmente, para o trabalhador – que teria mais tempo para se aperfeiçoar profissionalmente e aproveitar com a família. “Mais uma vez as centrais sindicais saíram unidas às ruas. Nossa unidade será fundamental para conquistarmos a redução da jornada de trabalho. Nunca estivemos tão perto e esta conquista depende muito da nossa mobilização”, pontuou o presidente da CGTB e do Sindpd.
Por fim, os dirigentes sindicais se reuniram com o ministro Lupi, que prontamente se comprometeu a apoiar as negociações da redução da jornada de trabalho. Contudo, “o ponto mais discutido com o ministro foi a regulamentação da prestação de serviços especializados. Nosso principal objetivo é retirar da Câmara dos Deputados os dois projetos que tramitam sobre o tema (PL nº 4302/98 e nº 4330/04). Ambos não atendem os interesses dos trabalhadores.”, finalizou Neto.
A Marcha já faz parte do calendário político brasileiro, pois, desde 2004, as reivindicações apresentadas, anualmente, pelos trabalhadores e trabalhadoras são encaminhadas ao Congresso Nacional para análise, debate, elaboração de projeto e votação.
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