Propostas limitadas mantêm negociações amarradas
O que parecia uma luz no fim do túnel para finalizar o acordo salarial 2010 não passou de uma tímida tentativa de retomar as reuniões por parte do sindicato patronal, fato que poderá piorar ainda mais a situação de muitas empresas que estão enfrentado dificuldades com a não renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.
Dizendo-se disposto a reabrir as negociações e declarando que os patrões fizeram “a lição de casa” ao reavaliar as últimas propostas deixadas sobre a mesa, o presidente do Seprosp, Luigi Nese, apresentou novos números para o índice e para os pisos, mas sem se aproximar das exigências do SINDPD e sem se posicionar sobre temas considerados fundamentais pelos trabalhadores, como a PLR e o Vale Refeição.
A contraposta do Seprosp foi a seguinte:
Aumento de 5,5% para todos os salários; concordância com os pisos propostos pelo SINDPD para o setor administrativo (R$ 650,00); Técnico e Técnico de Help Desk (R$ 910,00) e office boy (R$ 540,00). No entanto, manteve o piso do digitador em R$ 810,00 contra os R$ 820,00 reivindicados pelo SINDPD. Nos demais pontos, a proposta permaneceu a mesma, isto é, jornada de 40 horas a partir de janeiro de 2011, plano médico a partir de abril, sendo 30% bancado pela empresa, entre outros itens.
De pronto, o presidente do SINDPD, Antonio Neto, manifestou a sua insatisfação com a contraproposta patronal, sobretudo devido ao índice insuficiente e pela negativa até então manifestada em conceder a PLR e o vale refeição. Neto afirmou que o SINDPD faria a proposta derradeira como prova de boa vontade, aceitando o reajuste de 6,5% linear; piso de R$ 820 para o digitador, PLR e Vale Refeição (22 de R$ 8,00) para toda a categoria.
“Nossa postura sempre foi a de negociar ao máximo, preservando os interesses da categoria. Contudo, a nossa impressão é de que o patronato não se deu conta ainda da gravidade da situação. Não percebeu que não iremos ceder a esta intransigência. A falta de Convenção Coletiva está causando enormes transtornos para diversas empresas e o SINDPD não medirá esforços para preservar os direitos dos trabalhadores”, afirmou Antonio Neto.
Segundo o presidente do SINDPD, “nós sempre tivemos um grande respeito pela busca do acordo com o Seprosp, mas esta negativa em conceder os benefícios que são importantes para os trabalhadores, mas que também criam uma plataforma mínima para o mercado ao impedir a ação dos aventureiros e predadores de serviços terceirizados, está, inevitavelmente, nos forçando a buscar outros caminhos para garantir o que é nosso”.
Antonio Neto disse ainda que afirmações de que o SINDPD não poderia assinar acordos diretos com as empresas não corresponde à verdade: “Nada nem ninguém tem autoridade ou condição de impedir que o SINDPD assegure melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores. Estamos discutindo com dezenas de empresas e os acordos já estão alinhavados. Muitas delas, em consonância conosco, já aplicaram índices muito acima dos sugeridos pelo Seprosp. Vamos assinar todos, vamos trabalhar em parceria com todas as empresas que estão dispostas a valorizar os seus funcionários e vamos isolar os que insistem em explorar os trabalhadores”.
Para o presidente do SINDPD, a próxima rodada de negociação (terça-feira, dia 9), será decisiva. “Já deixamos claro que não cederemos. Vamos insistir na PLR e no vale refeição. Já está mais do que na hora dos empresários perceberem que estes pontos são importantes para impedir a ação predatória das empresas que lucram com a precarização dos direitos, impedindo o crescimento e o desenvolvimento do mercado de TI. O Seprosp não pode ser fiador e indutor do desmonte do setor”, completou Neto.
Assista ao vídeo abaixo:
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