São Paulo ainda não tem rua, avenida ou praça pública com o nome de Getúlio Vargas. Ontem (04 de novembro) o ministro do Trabalho Carlos Lupi esteve em São Paulo especialmente para inaugurar um busto do presidente que criou a CLT, Getúlio Vargas – que fica em exposição permanente na sede do Sindpd. “Esta justa homenagem só poderia vir de alguém sério, honesto que nunca deixou de negociar e lutar pelo direito sagrado e constituído dos trabalhadores”, enfatizou o ministro referindo-se ao presidente do Sindpd, Antonio Neto.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não economizou nas palavras a Vargas. “Ele foi uma verdadeira revolução para esse país, proclamou a justiça social”, disse o ministro ao lembrar-se da criação do salário mínimo, da Previdência, do voto universal e da Petrobras. Lupi disse ainda que “coincidências” colocaram no poder duas lideranças – Vargas e Lula – “com o mesmo sentimento de amor ao povo brasileiro”.
“Getúlio deu o direito do voto da mulher. Vem o Lula e coloca a primeira mulher eleita presidente da República”, disse Lupi em mais uma comparação durante a homenagem que reuniu centenas de convidados.
O busto é uma homenagem aos 80 anos da Revolução de 30. “São Paulo tem um problema com Getúlio Vargas, precisamos dissolver isso. Até hoje, esse ranço da Revolução de 1932 continua. Ele foi um dos presidentes que mais contribuições deram ao país”, disse o presidente do Sindpd, Antonio Neto.
O outro presidente que Antonio Neto logo associa a Vargas é Luiz Inácio Lula da Silva. “Há toda semelhança entre os dois. Lula resgatou o getulismo no Brasil”. Neto cita ainda a valorização do salário mínimo, a geração de empregos, o papel da Petrobrás e os programas sociais do atual governo.
Para o presidente do Sindpd, o setor da tecnologia brasileiro só passou a existir depois que Getúlio assumiu a presidência em 1930. “O legado que ele deixou para indústria, tecnologia e trabalho formam uma herança inegável e duradoura para o Brasil”.
Getúlio Vargas realmente era o pai dos pobres. Com a sua visão nacionalista e modernizadora, iniciou o processo de reconstrução nacional e refundação das instituições públicas brasileiras, que estavam carcomidas pelas práticas dos barões do café. Mais do que construir os pilares que permitiram ao Brasil crescer a uma média de 7% ao ano no período entre 1930 e 1980, o estadista incutiu um novo paradigma na sociedade, embasado na convicção de que o povo brasileiro deveria conquistar, efetivamente, a independência econômica e social.
“Vargas liderou o nosso povo, venceu a oligarquia e iniciou a construção de uma Nação independente, onde os trabalhadores passaram a sonhar e a lutar por uma vida mais digna e pelo direito de olhar para os seus filhos e dizer que eles terão as mesmas oportunidades de se alimentar, de estudar, de crescer, do que têm os herdeiros das famílias abastadas”, destacou Neto.
O presidente do Sindpd complementou dizendo que “o estadista criou as leis trabalhistas, alicerçou o desenvolvimento do Brasil. “Foi ele o criador da Petrobrás, foi o seu sangue que possibilitou que esta empresa rasgasse o nosso subsolo, o nosso mar, e revelasse ao mundo que os brasileiros são donos de uma das maiores reservas de hidrocarbonetos existentes no Planeta. A obra de Getúlio foi o Brasil”.
Durante a cerimônia, o ministro assinou oficialmente o registro sindical da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Processamento de Dados, Serviços de Informática e Tecnologia da Informação (FEITTINF). Para a Dra. Zilmara David de Alencar, secretária de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, a criação da Federação é a consolidação dos trabalhos realizados pelas principais lideranças sindicais de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Estiveram presentes ao evento os deputados federais Paulo Pereira da Silva (Paulinho)e Aldo Rebelo (PC do B); dos deputados estaduais Jorge Caruso (PMDB) e Itamar Borges (PMDB); do vereador Jamil Mourad (PC do B); do ex-secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros; do presidente do Seprosp e do Codefat, Luigi Nesse; da Brasscom, Antonio Gil; do presidente do Sindprestem, Wander Morales; do secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, José Carlos Tonin; do Superintendente Regional do Trabalho em São Paulo, José Roberto de Mello; do presidente da ABES, José Curcelli, além de dezenas de lideranças sindicais e empresariais.
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