Durante a reunião das centrais sindicais com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, realizada nesta quinta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, o presidente do Sindpd, Antonio Neto, entregou um dossiê ao governador e solicitou a sua intervenção para reverter as arbitrariedades cometidas pela direção da Prodesp contra os integrantes do Conselho de Representantes dos Empregados (CRE).
Segundo Neto, a direção da empresa – especialmente a Diretoria de Recursos Humanos – tem promovido uma perseguição implacável e ilegal para com os funcionários que integram o CRE, que se estendem desde a suspensão dos trabalhadores até a demissão por justa causa, atos subscritos em auditorias e acusações infundadas.
Os abusos se intensificaram em março de 2010, logo após a categoria ter conquistado o reajuste salarial de 6%. Depois a manifestação da empresa de que não aplicaria o índice, os empregados da PRODESP, em conjunto com o SINDPD, iniciaram uma mobilização de convencimento para que a conquista fosse assegurada. Após reunião realizada entre o sindicato e os representantes do CRE, o RH, em ato de violência, suspendeu, sem justificativa, de 3 a 10 dias, os três membros da direção do colegiado; ato contínuo, promoveu a extinção do Conselho. Não satisfeito, o RH alterou o regulamento eleitoral e convocou eleições para a formação de um novo CRE, impedindo que funcionários suspensos concorressem a uma vaga.
Na sequência, a direção da PRODESP demitiu o então presidente do CRE, Sr. Cláudio Felipe Bernardo, sem respeitar até mesmo o término da fraudulenta sindicância instaurada contra o mesmo.
“Diante dos fatos – que relatamos em detalhes nos diversos documentos em anexo – pedimos à Vossa Excelência que sejam anuladas as medidas de suspensão dos funcionários do CRE; que o Sr. Cláudio Felipe Bernardo seja reintegrado aos quadros da empresa, tendo a sindicância anulada; que a direção da empresa respeite a legislação e permita a livre o organização dos trabalhadores e que incorpore – conforme reza seu estatuto – o representante do CRE no Conselho de Administração da empresa”, afirma o ofício entregue ao governador.
O Presidente do Sindpd e da CGTB pediu ainda ao governador a regulamentação de lei que prevê a participação dos trabalhadores no conselho de administração das estatais.
Mínimo de São Paulo será maior que R$ 600, assegura Alckmin a centrais
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o salário mínimo regional seguramente será superior a R$ 600,00. A declaração foi feita logo depois de do café da manhã que durou mais de 2 horas e meia com dirigentes das centrais sindicais (CGTB, CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central).
A definição do valor deverá ser tomada até o mês de março, após o tema ser debatido entre o governo do estado e os representantes das centrais, sob a coordenação do secretário do Trabalho David Zaia.
“Além de debater o patamar desejado pelos trabalhadores e a importância do salário mínimo como distribuidor de renda, apresentamos ao governador a proposta de antecipar gradativamente a data do aumento do salário mínimo até chegarmos ao mês de janeiro, a exemplo do que ocorreu com o governo federal. O governador achou a sugestão interessante e encarregou o secretário David Zaia de acertar os detalhes e os índices”, informou o presidente da CGTB, Antonio Neto.
Para este ano, o governo do estado já antecipará o aumento – que tradicionalmente era concedido no mês de maio – para abril.
Segundo o presidente da CGTB, o café da manhã com o governador Geraldo Alckmin foi muito positivo e busca restabelecer uma relação de respeito e dialogo que acabou sendo abandonada pela gestão anterior. “Nós sempre tivemos uma relação de cordialidade e respeito com o governador Geraldo Alckmin, em que pese algumas divergências. Contudo, o mais importante neste momento é somarmos esforços e criarmos uma sinergia para contribuir e resolver os problemas que afetam os paulistas, sobretudo os trabalhadores. Neste sentido, sentimos um interesse muito grande do governador em ouvir as nossas propostas e dialogar com a sociedade civil, algo que é muito louvável”, disse Neto.
Criação do CDES
Outra proposta apresentada pelos dirigentes sindicais a Alckmin, a criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social em São Paulo (CDES-SP), também será implementada. De acordo com o governador, o tema já vem sendo estudado pelo Secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo.
Frente de trabalho
A recriação das Frentes de Trabalho voltadas para moradores de rua é um dos projetos do governo de São Paulo para tentar eliminar a miséria no Estado, bem como a qualificação e recolocação de trabalhadores no mercado de trabalho.
NULL