Faltando apenas um dia para a reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Sindpd continua engajado com as manifestações e panfletagens na porta das grandes empresas de São Paulo. Hoje, os dirigentes do sindicato estiveram na porta das empresas Sonda Procwork, Prodesp, Bematech e Indra. Com o objetivo de esclarecer os profissionais de TI sobre o andamento da conciliação, o sindicato está tirando dúvidas e informando toda a categoria com relação ao estado de greve. Amanhã (25), o sindicato patronal terá de dar um parecer sobre a proposta feita pelo MPT. Caso a decisão não seja positiva, na próxima segunda-feira (28), as paralisações terão início. A procuradora regional do trabalho, Drª Laura Martins Maia de Andrade, propôs aumento salarial de 8,6% %, VR de R$ 12, obrigatoriedade de implantação de Participação em Lucros e Resultados (PLR) e inclusão dos pisos de analista e programador.
Hoje pela manhã, os diretores estiveram na porta da Procwork, fazendo panfletagem e prestando informações para a categoria por meio de um carro de som. A empresa chilena que possui mais de cinco mil funcionários e realiza trabalhos de desenvolvimento e customização de sistema também faz parte da mesa de negociação do sindicato patronal. “É uma empresa muito grande. Os funcionários dela se mostram interessados em saber o andamento das negociações. Isso é muito importante. A categoria interessada com seus direitos”, relatou José Humberto Henrique.
No horário do almoço, os funcionários da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), receberam a mobilização dos dirigentes do Sindpd, que expuseram a situação do estado de greve. Também acompanhados por um carro de som, os diretores distribuíram material informativo, debateram idéias e responderam às dúvidas dos trabalhadores sobre a reunião com o MPT – marcada para amanhã (25).
Ao mesmo tempo, a Bematech também recebeu a visita dos dirigentes do Sindpd. Já no período da tarde, foi a vez da empresa Indra receber o sindicato. Para Paulo Saboia, diretor do sindicato, todos os trabalhadores precisam ficar atentos ao processo de comunicação feito pela entidade durante esta semana. “Eles precisam acompanhar o site, twitter, mobilizações feitas por nós, enfim, precisam estar por dentro do que está acontecendo. Assim eles irão se engajar para conquistar direitos junto ao sindicato”, analisa.
Ontem as empresas ADP e a Tivit, unidade Transamérica, que receberam a visita dos dirigentes do Sindpd.
Proposta do MPT
O primeiro ponto de debate foi o vale refeição. A procuradora fez uma análise sobre as características do trabalho realizado em TI e, tendo em vista essas considerações, propôs R$ 12 de VR para jornada de 8 horas. Em casos de jornadas extraordinárias superiores ao período de 8 horas haverá acréscimo de R$ 6 no benefício. Também foi definida a isenção do direito para jornada de apenas 6 horas e para empresas com até três integrantes ou empregados. No entanto, foi feita uma ressalva para os casos de jornada de 6 horas extrapoladas até 8 horas, que receberiam VR de R$ 12, e acima desta carga horária, R$ 18.
Tendo como parâmetro o desempenho do setor e os reajustes concedidos recentemente a outras categorias, a indicação do MPT foi de aumento salarial linear de 8,6%, que representam ganhos de 2,13% acima do índice da inflação medido pelo INPC/IBGE.
A procuradora também recomendou a criação de piso para programadores, com o valor mínimo de R$ 1.200, e para analistas, com o valor mínimo de R$ 1.800. “Se não houver piso para estes cargos, as empresas podem acabar achatando os salários, pagando como técnico o profissional que tem formação superior”, analisou Laura Martins.
Por fim, houve a recomendação da obrigatoriedade de implantação de PLR.
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