São Paulo, 03 de agosto de 2011 A quarta-feira, 03 de agosto de 2011, vai entrar para história do movimento sindical brasileiro. Isso porque as Centrais Sindicais (CGTB, Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central) e representantes dos principais movimentos sociais mobilizaram mais de 100 mil trabalhadores, que marcharam pelas ruas de São Paulo para reivindicar melhores condições de trabalho. Cinco quilômetros foi distância percorrida pelos manifestantes. Trabalhadores vindo de todo o estado começaram a chegar no estádio do Pacaembu em plena madrugada. A marcha começou no estádio, por volta das 10 horas e 30 minutos, passou por uma parte da Av. Paulista e terminou em frente à Assembleia Legislativa, situada próximo ao parque Ibirapuera. Enquanto o ato público começava na Assembleia, muitos trabalhadores ainda saíam do Pacaembu. ?Gostaria de parabenizar cada um dos presentes. Hoje, demos uma demonstração de comprometimento da classe operária. Esta manifestação foi histórica. Mostrou mais uma vez que unidas as centrais sindicais têm organização e representatividade para mobilizar os trabalhadores com o objetivo de defender os seus direitos e para lutar por um Brasil mais desenvolvido, com respeito aos direitos trabalhistas. Vamos agora ocupar o Congresso Nacional?, enfatiza Antonio Neto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). A CGTB esteve presente de maneira intensa durante toda manifestação ? desde a organização até o desfecho da marcha. Foram milhares de trabalhadores de diversas partes do estado de São Paulo. Além dos manifestantes da capital, a CGTB trouxe caravanas de Guarulhos, Barueri, Itatiba, Araçatuba, Santos, Ribeirão Preto, Tupã, Rio Claro, Presidente Prudente, Sorocaba, Osasco, Caieiras, São José dos Campos, Jundiaí, Birigui, Piracicaba, Araraquara, São Carlos, São José do Rio Preto, Vinhedo, Valparaíso, Flórida Paulista, entre outras cidades. ?Estamos juntos, unidos e organizados?, destaca Antonio Neto. Os manifestantes mostraram a coragem das Centrais Sindicais e dos trabalhadores brasileiros. A ideia da manifestação é mobilizar os trabalhadores para obter aprovação de leis relativas ao trabalho no Congresso Nacional. As reivindicações dos trabalhadores são: jornada de trabalho de 40 horas sem redução de salários; fim do fator previdenciário; regulamentação da Convenção 151 (negociação coletiva no setor público) e a ratificação da Convenção 158 (contra a demissão imotivada); mudança na política econômica governo (redução dos juros, novo projeto de desenvolvimento, mais e melhores empregos, salário igual para trabalho igual); garantia de aplicação de 10% do PIB em Educação; reforma agrária e urbana e a regulamentação da terceirização. O presidente da CGTB também destacou a importância de se discutir a Convenção 189 da Organização Internacional de Trabalho (OIT), que trata dos direitos dos trabalhadores domésticos. ?No Brasil, mais de 7 milhões de pessoas desempenham o trabalho doméstico e já passou da hora de oficializarmos os direitos trabalhistas deste segmento. Por isso, propusemos que as centrais empunhassem esta bandeira?, afirma Antonio Neto. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), destaca a luta das centrais por melhorias para a classe trabalhadora. ?Vamos lutar pelas 40 horas, pelo fim do Fator Previdenciário, pela Regulamentação da Terceirização, pela Reforma Agrária e pela aplicação de 10% do PIB para os estudantes. Queremos que o Governo e o Congresso ouçam nossas reivindicações?, frisa Paulinho. Esta manifestação encerrou o primeiro ciclo de mobilizações em Defesa da Agenda dos Trabalhadores anunciada no último dia 13 de junho. A agenda de mobilização começou com uma marcha no dia 6 de julho em Brasília, com o ato unitário na Região Norte do país (14 de julho); no dia 21, o ato unitário na Região Nordeste e no dia 28, ato unitário na Região Sul. A partir de agora, os trabalhadores prometem concentrar as manifestações em Brasília. Na visão de José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), a maior vitória desta marcha é a unidade. ?Estamos empenhados nessa luta. Nós estamos trabalhando por uma só classe dos trabalhadores brasileiros. Precisamos lutar por conquistas coletivas. Temos de nos manter unidos para defender nossos interesses. A luta não termina aqui?, comenta Calixto. Para Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) melhorias na área da saúde, moradia, educação, segurança e lazer, são prioridades das Centrais. ?Quando os trabalhadores querem lutar, eles conseguem uma manifestação democrática e organizada. Esse movimento é um exemplo de que precisamos preservar a unidade e que a manifestação precisa chamar a atenção do governo para nossos direitos?, afirma Patah. Segundo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), Vagner Gomes, projetos voltados para os trabalhadores devem ser priorizados. ?Em 2002 com força do povo brasileiro, conseguimos eleger o presidente Lula que fez um projeto para os trabalhadores. As mudanças que ele fez contou com o apoio de toda a categoria. A Dilma precisa fazer isso também. É com a força dos trabalhadores que vamos peitar o sistema financeiro e reduzir a política de juros. Precisamos defender nosso país e nossa nação. O povo quer que as mudanças continuem?, conclui Gomes. Segundo Gilmar Mauro, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a classe trabalhadora tem de se juntar, cada vez mais, para conquistar novos direitos. ?Precisamos lutar pelas 40 horas semanais, a garantia de aplicação de 10% do PIB, e pela Reforma Agrária. Hoje o MST ocupou o Incra de São Paulo?, analisa Mauro. ?Esse é um dia de luta e festa pela defesa de um país mais justo e unido. Este mês ainda teremos muitas manifestações pela redução da carga horária de trabalho? elogia o presidente da União Nacional dos Estudantes (Une,) Daniel Iliescu. Para garantir a segurança do evento, as Centrais Sindicais em conjunto com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar disponibilizaram o suporte necessário, com uma infra-estrutura que contava com banheiros químicos, distribuição de água mineral e a presença de ambulâncias com médicos plantonistas. Fonte: CGTB
NULL