A falta de políticas claras de cargos e salários é o principal motivo de insatisfação entre 43% dos profissionais da área de Tecnologia da Informação. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação).
O levantamento feito entre os dias 22 e 28 de março com 719 profissionais do Estado de São Paulo, sendo 583 da capital e 136 do interior, também mostra que 39% dos entrevistados não se sentem valorizados pelas empresas. Em relação às condições de trabalho, aos benefícios e à remuneração, o índice de descontentamento é de 21%.
No modelo CLT Flex (abreviação para CLT Flexível), em que parte da remuneração é recebida em dinheiro e parte em forma de benefícios, 56% dos profissionais de TI pesquisados avaliam as condições de trabalho como boas ou ótimas, 49% aprovam o plano de saúde e 31% aprovam os benefícios oferecidos.
Do grupo pesquisado, 46% têm idade entre 26 e 35 anos, 72% são homens e 87% trabalham em empresas com mais de 50 funcionários. A renda familiar mensal é de cinco a dez salários mínimos (R$ 3.110 a R$ 6.220) para 32% dos entrevistados e de mais de dez a 20 salários mínimos (mais de R$ 6.220 até R$ 12.440) para 29% dos participantes do estudo.
Do lado dos empresários, a adoção do regime CLT também é defendida como uma forma de preservar a "concorrência ética" entre as empresas brasileiras, além de mantê-las atrativas a investimentos. "A empresa que contrata funcionários no regime PJ cria um passivo trabalhista e acaba tendo acesso restrito à entrada de capital para crescer", observa alerta Antonio Gil, presidente da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Segundo ele, somente prestações rápidas de serviços justificam a contratação no regime PJ.
Outro aspecto positivo da formalização, segundo a Brasscom, é a retenção de profissionais qualificados, que demandam investimentos constantes em treinamento e certificação. Segundo a associação, o mercado interno de TI e Call Center possui uma carência de mão de obra de 100 mil vagas, atualmente. "O funcionário CLT valoriza muito mais o treinamento dentro da empresa", observa Gil.
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